Resumo |
As plantas, como organismos sésseis, desenvolveram ao longo do tempo diversos mecanismos de resistência, alguns especializados na defesa contra agentes patogênicos e outros funcionando como barreiras contra fatores abióticos. A proteína LIMYB (L10-interacting myb domain-containing protein - LIMYB) que possui um domínio Myb representa um exemplo de proteínas que respondem tanto a estresses bióticos como abióticos. A família de proteínas MYB possui uma distribuição diversa entre os grupos de plantas e está muito bem caracterizada em Arabdopsis thaliana. Estudos anteriores mostraram que LIMYB participa de uma importante via de resistência a begomovírus, vírus que infecta plantas. Como um repressor de transcrição, LIMYB é ativado como resultado da ativação da proteína NIK1 (nuclear shuttle protein-interacting kinase). Após a percepção de um estímulo viral na superfície da célula, a proteína NIK1 é ativada e inicia uma cascata de sinalização que leva à fosforilação da proteína ribossomal L10, que é translocada para o núcleo, onde interage com LIMYB para reprimir a expressão de genes da maquinaria de tradução. Esta reprogramação da expressão gênica mediada por LIMYB resulta em supressão da tradução global na célula vegetal, impedindo a tradução de proteínas virais e o progresso da infecção. Sabendo que uma característica importante das proteínas com domínio MYB é a capacidade de se ligar ao DNA, o que as torna importantes fatores de regulação, a proteína LIMYB foi purificada a fim de analisar suas possíveis interações. Para isso, o clone pUFV1834, cDNA da proteína LIMYB inserido no vetor pDEST-17, foi usado para transformar células competentes de E. coli, estirpe Rosetta (DE3). As colônias transformadas foram inoculadas em 5 mL de meio LB líquido com antibióticos de resistência (ampicilina e cloranfenicol). Após atingir OD 0,8, os inóculos foram tratados com IPTG (Isopropil β-D-1-tiogalactopiranosídeo) 0,8 mM overnight a 30°C. As proteínas induzidas foram purificadas utilizando o protocolo de purificação His-Tag em condições não desnaturantes, sendo separadas nas três frações: total, insolúvel e solúvel, as quais foram separadas por eletroforese em géis de poliacrilamida. A presença da proteína foi confirmada por Western Blot com anticorpos específicos para LIMYB. A proteína purificada será usada para interações de ligação ao DNA a partir de ensaios eletroforéticos de mudança de mobilidade (EMSA). Elucidar o mecanismo de ação, da proteína de defesa LIMYB em Arabdopsis thaliana pode tornar possível a expansão e aplicação desse conhecimento em outros gêneros e espécies de plantas cultiváveis para resistência contra begomovírus. |