Resumo |
Descrição do tema central do trabalho: De acordo com os critérios diagnósticos do DSM-5, a criança com TEA apresenta certo comprometimento em sua capacidade imitativa. Entretanto, no contexto da Educação Infantil, a construção da representação corporal é apresentada por Henri Wallon como uma conquista necessária da criança. Para tal, além da experiência da criança diante do espelho, ela necessita da atividade imitativa em relação aos seus pares. Nessa direção, Wallon destaca dois fatores importantes em sua psicogênese: a capacidade de perceber a imagem e de relacioná-la a si próprio. Consequentemente, surge a questão do estatuto da representação corporal na criança com TEA e de possíveis estratégias para lidar com isso na prática pedagógica. Público-alvo: Este estudo é direcionado a estudantes em formação docente, interessados na Educação Infantil. Justificativa: A relevância do tema abordado pauta-se em seu caráter essencial para a formação de professores, visto que o TEA é uma realidade dentro das escolas, apresentando um grande desafio para a equipe pedagógica. Objetivo: Contribuir na oferta de alternativas para a inclusão efetiva dos alunos com TEA no ambiente escolar. Metodologia: Pesquisa bibliográfica de abordagem qualitativa. Resultados: A construção da representação corporal, dependente da atividade imitativa, é um processo essencial para a individualização do sujeito inserido em um meio físico-social, com o qual interage e adquire novas habilidades e aprendizados. Entretanto, concomitantemente ao DSM-5, a literatura preconiza que as crianças autistas apresentam dificuldade durante a atividade imitativa, associada às dificuldades de interação com pares e de envolvimento em brincadeiras. Consequentemente, seu esquema corporal se encontra perturbado, apresentando certo comprometimento na aquisição do domínio e reconhecimento corporal, podendo chocar-se constantemente com os pares durante brincadeiras que envolvam corrida, machucar-se ao passar por espaços limitados e apresentar dificuldades na transferência de líquidos de um recipiente para outro ou entornar os líquidos ao bebê-los. Dessa maneira, no âmbito da Educação Infantil, a construção da representação corporal configura-se como um desafio em quadros de TEA, requerendo estratégias que promovam a atividade imitativa. Nesse contexto, a Neurociência contribui de forma a indicar que a adoção de brincadeiras que envolvam imitação, relacionadas ao interesse da criança, pode levar à ativação do núcleo accumbens, com liberação de neurotransmissores relacionados ao bem-estar, promovendo motivação e levando-a a repetir a experiência, o que franquearia a imitação e o decorrente domínio do esquema corporal. Conclusão: Torna-se necessário o investimento em estratégias do tipo mencionado, bem como a continuidade da abordagem do tema para que o corpo docente seja capaz de efetivar a inclusão desses alunos. |