"Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável"

24 a 26 de outubro de 2023

Trabalho 19845

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Economia
Setor Departamento de Economia Rural
Bolsa CAPES
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro CAPES, FAPEMIG
Primeiro autor Allan Christopher Teixeira Rodrigues
Orientador MARIA MICHELIANA DA COSTA SILVA
Título A Sujeição de Garotas ao Trabalho Doméstico no Brasil: Uma Análise sobre os Estudantes Brasileiros
Resumo Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2019, 68,5% dos homens com idade entre 14 e 24 anos realizavam tarefas domésticas nos próprio domicílio, enquanto 87% das mulheres, na mesma faixa etária, realizavam tais atividades. Neste intervalo de idade, há jovens ainda em idade escolar, para eles o tempo dispendido em atividades domésticas pode reduzir o gasto em tarefas escolares. Assim, a desigualdade na taxa de homens e mulheres realizando tarefas domésticas pode se reproduzir em grupos etários que ainda frequentam a escola, particularmente na adolescência. Nesta perspectiva, questiona-se: garotas, em idade escolar, estão mais suscetíveis a destinar maior tempo em tarefas domésticas que garotos? Para responder tal pergunta, o presente estudo propõe analisar se há diferenças na alocação de tempo entre adolescentes do gênero masculino e feminino na realização de atividades domésticas. Isso será feito utilizando a base de dados do SAEB (Sistema de Avaliação do Ensino Básico) de 2017 e estimando um modelo logit multinomial, cujas categorias da variável dependente são as horas gastas em tarefas domiciliares, indo da não realização delas, menos de 1h, entre 1h e 2h, mais de 2h até 3h, mais de 3h. Os dados utilizados dizem respeito aos jovens que estavam no terceiro ano do ensino médio na realização da prova. Os resultados indicaram Razões de Risco Relativo (RRR) maiores que 1 para a variável menina em todas as categorias de trabalho doméstico, o que significa que a probabilidade de meninas estarem nas categorias em que se dedicam algum tempo ao trabalho doméstico é maior em relação a estar na categoria de não realização dessas tarefas. Para os efeitos marginais da primeira categoria, ser menina reduz em 12,9% a probabilidade de executar trabalhos domésticos em relação a ser menino, o sinal negativo não é esperado, mas nessa categoria os alunos passam pouco tempo por dia fazendo trabalhos domésticos. Nas categorias posteriores, o sinal do efeito marginal já passa a ser esperado, na segunda ser menina representa um aumento de 10,4% na probabilidade em relação a ser um menino, na terceira o aumento de probabilidade vai ser de 2,4%, na quarta de 8,5%. Para a categoria que indica a não realização de trabalho doméstico, o fato de ser do sexo feminino tem efeito negativo, representando que a probabilidade de não realizar nenhum trabalho doméstico é menor. Neste sentido, dado que os indivíduos da amostra cursavam o último ano de ensino médio, ressalta-se que se preparavam para entrar na vida universitária ou profissional. Por conseguinte, torna-se interessante que políticas públicas de gênero busquem ter impacto de forma a reduzir as horas alocadas em trabalhos domésticos de meninas, assim é possível que haja um efeito positivo sobre o tempo que elas destinam atividades curriculares e extracurriculares que afetam sua formação.
Palavras-chave Trabalho doméstico, adolescentes, desigualdade de gênero
Forma de apresentação..... Vídeo
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