Resumo |
O top grafting (enxertia de topo) consiste na união de enxertos, ainda em fase juvenil, à copa de árvores reprodutivamente maduras, com intuito de induzir o florescimento dos enxertos. É uma técnica que induz o aceleramento do florescimento de genótipos de interesse, permitindo a redução de tempo para obter cada geração no melhoramento florestal. Para o top grafting em Eucalyptus, ainda não possui um processo que o torne uma técnica usual e utilizado em larga escala pelas empresas do setor florestal. Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi estabelecer uma metodologia padrão para a realização de top graftings em genótipos autofecundados do gênero Eucalyptus, visando a indução de florescimento precoce. Foram testados os genótipos e espécies: E. urophylla, E. grandis e híbrido entre E. urophylla e E.grandis. Para a realização do trabalho, foram selecionados, em campo, indivíduos com 3 anos, que apresentaram melhor desempenho e genotipados para confirmação de autofecundação. Os porta-enxertos selecionados foram preferencialmente aqueles que geraram os genótipos selecionados por autofecundação (parental materno). O delineamento utilizado foi em blocos casualizados com 4 blocos x 4 repetições x 2 tratamentos (com e sem aplicação de paclobutrazol - PBZ), equivalente a 32 enxertos por genótipo. A unidade experimental foi constituída por 8 genótipos e 16 plantas, o equivalente a 224 enxertos realizados em duas épocas diferentes: julho e novembro (3 e 6 meses antes do florescimento convencional das espécies). Foram realizadas avaliações periódicas a cada três meses,durante 24 meses. Os top graftings vivos foram avaliados em relação à indução do florescimento (contagem de botões florais e frutos) e desenvolvimento dos top graftings (taxa de sobrevivência e cálculo da área de copa). As análises estatísticas foram realizadas utilizando-se a máxima verossimilhança restrita/ melhor preditor linear não viesado (REML/BLUP). Para o efeito fixo de tratamento relativo ao uso de PBZ, foi feito um teste t a 5% de significância. Os top graftings foram efetivos para a indução de florescimento de Eucalyptus autofecundados, visto que a quantidade de botões florais produzida foi suficiente para realizar o próximo ciclo de autofecundação em 4 genótipos. Levando em consideração a indução de florescimento, sobrevivência e desenvolvimento da área de copa, os melhores resultados foram obtidos para os top graftings realizados 3 meses antes do florescimento. Sendo assim, este período é o mais adequado para utilizar esta técnica. A aplicação de paclobutrazol favoreceu o florescimento dos top graftings, entretanto, não afetou a taxa de sobrevivência e o desenvolvimento de área de copa dos enxertos. Concluímos que a técnica de top graftings é viável para Eucalyptus e pode ser replicada para as espécies do gênero, seguindo os procedimentos realizados no trabalho. Além disso, a aplicação de paclobutrazol favorece o florescimento dos top graftings. |