Resumo |
A batata-doce (Ipomoea Batatas L.) é a quarta hortaliça mais produzida no Brasil, com aproximadamente 824 mil toneladas, correspondendo a produtividade média de 14,6 t ha- 1. Este valor está abaixo do seu potencial, que pode ser superior a 40 t ha -1. A baixa produtividade pode estar relacionada ao uso de clones obsoletos e produzidos com poucos avanços tecnológicos. Esses clones, além de apresentarem susceptibilidade a pragas e doenças, não atendem os consumidores mais exigente. A identificação de cultivares superiores pode contribuir para aumentar a produtividade e qualidade da batata-doce. Com isso, objetiva-se avaliar a produtividade e resistências a pragas solo de 5 clones de batata-doce (UFV-23 alaranjada, UFV-26 polpa roxa, UFV-43 polpa roxa, UFV-53 polpa branca e UFV-112 polpa creme, na Universidade Federal de Viçosa. Foi realizado o transplantio das ramas de 5 clones experimentais e 3 testemunhas comerciais (Beauregard polpa alaranjada, SCS370 Luiza polpa roxa e Brazlândia Branca polpa branca), em janeiro de 2023 no campo experimental da Universidade Federal de Viçosa. O delineamento experimental adotado foi o de blocos ao acaso, com três repetições. A colheita foi realizada aos 140 dias após o plantio e avaliou-se a produção de raízes comerciais t ha-1 e resistência das raízes tuberosas, mensurada através da escala de notas: 5 - raízes livres de danos; 4 - raízes com raros danos; 3 - poucas raízes comerciais danificadas; 2 - raízes comerciais mais danificadas e; 1 - raízes comerciais inaceitáveis para consumo. Os dados foram submetidos a análise de variância e comparados pelo teste t de Student quando presentes duas médias e de Tukey quando presente cinco médias (P<0,05). Os resultados mostraram superioridade em todos os clones avaliados em termos de produção de raízes comerciais: UFV-23 (71 t ha-1), UFV-112 (63 t ha-1), UFV- 26 (54 t ha-1), UFV 53 (50 t ha-1), UFV 43 (47 t ha-1), em relação às testemunhas Luiza (24 t ha-1), B. Branca (22 t ha-1) e Beauregard (19 t ha-1). Todos os clones de batata-doce apresentaram raízes livres de danos e obtiveram a melhor nota, exceto as testemunhas comerciais, que apresentaram raízes comerciais mais danificadas. É ponto crucial em um programa de melhoramento de batata-doce a seleção de genótipos com pontos fortes na produção de raízes tuberosas comerciais e com suas polpas resistentes a pragas de solo para que as futuras cultivares sejam altamente produtivas e rentáveis. Conclui-se, assim, que os clones UFV-23, UFV-26, UFV-43, UFV-53 e UFV-112 possuem potencial para serem utilizados em programas de melhoramento genético, com vista ao lançamento de novas cultivares. |