Resumo |
A presença de alimento no rúmen, principalmente dieta concentrada, e altos níveis de dieta liquida levam à fermentação e geração de ácidos graxos voláteis (AGVs), que servem como fonte de energia para o epitélio ruminal, promovendo um maior desenvolvimento anátomo-fisiológico durante a fase de cria dos animais (Berchielli et al., 2006). Assim, objetivamos avaliar a influência de dois níveis de sucedâneo sobre a produção de ácido acético, propiônico e butirico ao longo do tempo em amostras de líquido ruminal de cabritos leiteiros inteiros na fase de aleitamento. Sessenta cabritos leiteiros da raça Saanen e Pardo Alpino, com idade de 2± 2 dias e peso médio de 3,800± 0,130 kg, foram aleatoriamente distribuídos em um delineamento em blocos ao acaso em esquema fatorial 2 x 6, com dois níveis de sucedâneo e 6 tempos de coleta. Os níveis de sucedâneo, os tempos de coleta e a interação entre eles foram considerados efeitos fixos, já a raça foi o bloco e, portanto, a variável aleatória no modelo. Para todos os testes, diferenças foram declaradas quando P < 0,05. O experimento teve duração de 45 dias e os animais foram alimentados com sucedâneo contendo 12,5 % de matéria seca e 22 % de proteína, em dois níveis, onde o tratamento 1 recebia 1 L de sucedâneo/cabrito/dia e o tratamento 2 recebia 2 L de sucedâneo/cabrito/dia. Ao final, todos os animais foram abatidos no abatedouro experimental da UFV. Antes de serem abatidos, os animais foram alimentados com metade da oferta total do sucedâneo, e foram abatidos após a alimentação em seis diferentes tempos [(0h (imediatamente após a alimentação), 0:30h, 1h, 3h, 6h, 12h após a alimentação)], para mensurar a concentração e avaliar o comportamento dos AGVs ao longo dos seis diferentes tempos de coleta (momento do abate após alimentação). Após o abate, o rúmen foi totalmente esvaziado e o líquido ruminal foi homogeneizado, filtrado e as amostras foram acondicionadas em eppendorfs e imediatamente congeladas em ultra freezers (-80º C). As amostras foram analisadas quanto as concentrações de ácido acético, propiônico e butirico por cromatografia gasosa (modelo 7820A, Agilent Technologies Inc., Santa Clara, CA, USA). As concentrações de ácido acético e propionico foram afetadas pela interação (P < 0,050). No entanto, as concentrações de ácido butirico não foi afetada pela interação tratamento x tempo (P > 0,050). As concentrações de ácido acético nos animais do T2 foram 49,26 % (P = 0.001) e 41,88 % (P = 0,021) superiores aos animais do T1 nos tempos 3 e 6 h, respectivamente, e não diferiram nos outros tempos (P > 0,050). Enquanto para as concentrações de ácido propiônico, os animais do T2 foram 71,08 % (P = 0.001) superior aos animais do T1 apenas no tempo 3 h após a alimentação. Com estes resultados foi possível concluir que a concentração de ácido acético e ácido propionico foi maior nos tempos 3 e 6h nos animais do T2, e a concentração do acido butirico não foi influenciada pelo volume de sucedâneo ofertado. |