"Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável"

24 a 26 de outubro de 2023

Trabalho 19707

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática História
Setor Departamento de História
Bolsa Não se Aplica
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Sabrina Ramos Cornélio
Orientador PRISCILA RIBEIRO DORELLA
Título A folha de coca e as relações assimétricas de poder: Movimiento Cocalero na Bolívia entre 1980 e 2020
Resumo Essa pesquisa discute a articulação política do ex-presidente boliviano Evo Morales, o partido Movimiento Al Socialismo-Instrumento Político de la Soberania de los Pueblo (MAS-IPSP) e os sindicatos rurais na defesa da folha de coca como patrimônio cultural na Bolívia. As fontes selecionadas foram as publicações da Organização das Nações Unidas (ONU) como a Convenção Única sobre Estupefacientes de 1961 modificada em 1972 e 1988. O plano de Estratégia de lucha contra el narcotráfico y valorización de la hoja de coca elaborado pelo Conselho Nacional de Luta contra o Tráfico Ilícito de Drogas (CONALTID), a Constituição do Estado Plurinacional da Bolívia de 2009 e a Convenção da UNESCO de 1972. As folhas de coca possuem propriedades medicinais e psicoativas sendo usada em práticas ritualísticas e presente no cotidiano através da prática do acullico e chá desde os tempos pré-incaico, configurando-se assim como um elemento sagrado e ordenador da cosmologia e identidade andina, simbolizando e reforçando os laços de solidariedade e reciprocidade. Contudo, a partir dos anos 1960, em razão do crescimento do consumo de cocaína no mundo, principalmente, nos Estados Unidos da América, iniciou-se um debate e a proibição sobre a folha de coca. Assim, nos anos de 1961, 1972 e 1988 foram realizadas a Convenção Única de Substâncias Estupefacientes da Organização das Nações Unidas que tinha como objetivo proibir o comércio e cultivo de plantas psicoativas sendo investido por diversos países recursos financeiros e militares para erradicação dessas plantas. À vista disso, com o objetivo de lutar em defesa da folha de coca e contra as intervenções imperialistas e do capitalismo neoliberal, em meados da década de 1980 surge o Movimiento Cocalero constituído por indígenas, campesinos, mineradores, setores urbanos que consideravam a Convenção e a presença dos Estados Unidos, como um posicionamento imperialista que comprometia a soberania nacional e desrespeitava os usos culturais que envolvem a folha de coca. Em 2013, a Convenção retirou a proibição sobre a prática do acullico e a Bolívia retornou à convenção se comprometendo a limitar os cultivos ao uso tradicional e ao combate ao narcotráfico. Portanto, nessa pesquisa analisamos como a folha de coca se tornou um elemento de união diversos grupos sociais na Bolívia configurando-se como elemento sagrado e transformador da sociedade boliviana, visto que a partir da mobilização para defesa de seu tradicional e cultivo, o Movimiento Cocalero e seu partido, MAS-IPSP criaram uma articulação para enfrentar as estruturas de poder. A partir da folha de coca podemos ver as relações assimétricas de poder entre as potências econômicas do Norte global e a sua articulação com os países “em desenvolvimento” do Sul global como a Bolívia, e como a proibição da folha de coca e a presença da DEA corroboram com o Estado Moderno autoritário.
Palavras-chave Folha de coca, Movimiento Cocalero, proibição
Forma de apresentação..... Painel
Link para apresentação Painel
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