Resumo |
A Lawsonia intracellularis é a bactéria causadora da enteropatia proliferativa equina (EPE), doença emergente em equinos que cursa com quadros de diarreia, cólica, febre, perda de peso, desidratação e anemia, podendo evoluir ao óbito. Apesar de já descrita no Brasil, a prevalência e impacto da EPE nos rebanhos de equino ainda são desconhecidos e a doença é pouco investigada. A fim de obter maiores informações sobre o tema, inicia-se uma pesquisa realizada pelo Setor de Patologia Veterinária do Departamento de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Viçosa, com o título “Perfil sorológico, soroprevalência e fatores de riscos associado com a infecção pela Lawsonia intracellularis em equinos em Minas Gerais”, e será aplicado um questionário ao responsável pela propriedade. Em primeiro lugar, busca-se compreender o perfil da produção de equinos no estado, como quanto à prestação de serviço veterinário nas propriedades, aos tipos de manejos nutricionais, sanitários e gerais adotados na criação e qual a origem e o uso dos animais. Estudos realizados e publicados anteriormente apontam que a idade dos animais é um dos fatores de riscos da EPE. Potros em período de desmame mostraram-se mais susceptíveis, sendo mais relevante questionar quanto a sinais clínicos semelhantes ao da EPE, como diarreia, cólica e perda de peso, e a incidência de óbito dentro da faixa etária. Quanto a prestação de serviço veterinário, é importante questionar quanto ao tratamento realizados em casos de diarreia, a fim de analisar a reação da bactéria a diferentes drogas, sobre a realização de exames laboratoriais, por indícios de prevalência de alterações em níveis séricos de proteína total e albumina, e sobre a realização de exame de necropsia, pois relatos associam quadros de EPE com presença de lesões macroscópicas em porções intestinais. Além disso, informações quanto ao calendário de vacinação, ao controle parasitológico e à ocorrência de outros sinais clínicos e doenças confirmadas no rebanho são relevantes para o estudo. Quanto ao sistema de criação, é importante questionar quanto a presença de outras espécies de animais na propriedade, visto que a enteropatia proliferativa é descrita em suínos, coelhos, cães, veados, bezerros, ratos e outros animais silvestres, informações importantes para o estudo de possíveis meios de transmissão entre espécies. Todas as informações obtidas serão analisadas e processadas para obter resultados estatísticos comparativos ao fim do estudo. Assim, a aplicação do questionário associada aos resultados laboratoriais obtidos após a coleta de dados permitirá a compreensão da epidemiologia da enteropatia proliferativa equina no estado de Minas Gerais, trazendo novas informações aos médicos veterinários para possível inclusão da doença como diagnóstico diferencial de diarreias em potros. |