Resumo |
O aumento significativo na concentração de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera é principalmente pelas atividades antrópicas, promovendo o aquecimento global. A mitigação das emissões de GEE, pode ser feita com plantios de neutralização em que os indivíduos arbóreos por meio da fotossíntese removem carbono da atmosfera. Assim o estudo tem como objetivo avaliar o potencial de neutralização de plantios dos Bosque Carbono Zero aos 48 meses de idade. O local de estudo está localizado no Espaço Aberto de Eventos da Universidade Federal de Viçosa, em que foram avaliados os plantios de neutralização da Semana do Fazendeiro de 2010 a 2018, totalizando 2536 mudas. Dados de inventário coletados no quarto ano de cada plantio foram utilizados em que a altura(cm) e diâmetro a altura do solo (mm) foram mensurados. O estoque de carbono foi calculado usando a formula ajustada para plantios do Carbono Zero, em que Cij= estoque de carbono do i-ésimo indivíduo da j-ésima espécie (kg); DAS= diâmetro a altura do solo e H= altura total do indivíduo. Para melhor apuração dos dados, foi analisado e comparado a estocagem de carbono por tamanho de plantio. Foi considerado que cada muda ocupa um espaço de 4m², devido ao espaçamento de 2x2m. Portanto para cada área, foi feita uma multiplicação de indivíduos vivos por 4m². De maneira geral, os plantios analisados estocaram, aos 4 anos, 72,05 t de carbono em 1,07ha com mais de 50% estocado nos plantios 2013, 2016 e 2017 com valores de 20,38 Kg/m²; 11,87 Kg/m² 12,12 Kg/m² de carbono. Já em contrapartida, 2010, 2011 e 2015 foram os plantios de menor destaque, com estoques de 0,12 Kg/m²; 0,40 Kg/m² e 0,13 Kg/m² Kg de C, respectivamente. Essa diferença se, em especial, por sua composição de espécies. Os indivíduos de Schizolobium parahyba (Guapuruvu), Joannesia princeps (Cutieira), Plathymenia reticulada (Vinhático), Piptadenia gonoacantha (Pau-jacaré) e Albizia niopoides (Farinha-seca) estocaram 10,25; 10,25; 74,50; 64,61 e 42,01 t de C, respectivamente em 4 anos. O maior destaque das espécies Guapuruvu e Cutieira é explicado pelo seu grupo ecológico, pois todas são pioneiras, sendo de rápido crescimento e estocam grandes quantidades de carbono a curto prazo em relação as espécies secundárias. Além do mais, estas espécies estão presente nos plantios de maior destaque, contribuindo com seu estoque de C alto a curto prazo. Já as espécies com menor estoque, estão no plantio 2015 como Handroanthus serratifolius (Ipê-amarelo), Guarea guidonia (Piorreira), Cybistax antisyphilitica (Ipê-verde), Zeyheria tuberculosa (Ipê-preto), Handroanthus chrysotrichus (Ipê-tabaco) com 0,16; 0,20; 0,46; 0,72 e 1,19 kg cada indivíduo. O baixo valor se deve ao fato destas espécies serem não pioneiras, desenvolvendo-se em estágios avançados de sucessão, devido à necessidade de sombreamento e intolerância a luminosidade para seu crescimento. |