Resumo |
Várias espécies de bactérias desempenham papel importante no controle de pragas e doenças no campo, reduzindo ou até mesmo substituindo o uso de agrotóxicos e pesticidas, que prejudicam a fauna e a flora de regiões próximas às áreas das plantações. As espécies de Bacillus, por exemplo, possuem múltiplos mecanismos de ação no controle de fitonematoides, um dos principais causadores de danos em culturas agrícolas. A maior parte das espécies de fitonematoides ataca as raízes, limitando a absorção de água, nutrientes, alterando a forma das raízes e atuando como vetores de outros patógenos ou predispondo as plantas a outros agentes bióticos. Em alguns casos, o ataque de nematoides prejudica a qualidade dos produtos, a exemplo da cenoura, batata e beterraba. Essa situação é um grande problema, principalmente devido ao padrão estética dos produtos exigidos pelos consumidores. Para o sucesso de um agente de biocontrole em campo, é importante entender como determinada cepa age na inibição dos nematoides. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar os possíveis mecanismos de ação e eficiência de Bacillus amyloliquefaciens cepa CN307 contra Meloidogyne incognita, com ênfase na indução de resistência e antibiose. Em experimento com raíz bipartida, verificou-se que a cepa não induz resistência de tomateiros ao nematoide. No entanto, nos ensaios de antibiose, foi observado que ocorre produção de compostos orgânicos voláteis, com efeito de 71,0% na mortalidade de J2 e 77,3% na inibição e na eclosão de J2, entre eles o 2-undecanona e 2-heptanona. Além disso, ocorre produção de compostos não-voláteis, capazes de causar 97,2% de mortalidade de J2 e 83,2% de inibição de eclosão de J2, devido à produção de protease e quitinase. Desta forma, a cepa CN307 de Bacillus amyloliquefaciens inibe M. incognita pela formação de compostos tóxicos voláteis e não voláteis, que impedem os nematoides de eclodirem e mata os juvenis que migrariam até as raízes das plantas hospedeiras, reduzindo assim seu estabelecimento no hospedeiro, infecção e reprodução. Agradecimentos: FAPEMIG, CNPq e CAPES. |