Resumo |
A Semana do Fazendeiro (SFZ) reúne proprietários rurais de diversas localidades e busca aproximar a comunidade científica aos participantes do evento. O Programa Carbono Zero atua desde 2010 na SFZ e um de seus objetivos é atender aos produtores rurais interessados em quantificar o balanço de carbono de suas propriedades. Assim, o objetivo foi analisar o balanço de carbono por hectare dos imóveis rurais inventariados pelo Programa Carbono Zero UFV, durante a 92ª Semana do Fazendeiro. Os dados da pesquisa foram coletados na entrevista de 22 proprietários rurais. O inventário foi realizado utilizando fatores recomendados por protocolos como o GreenHouse Gases (GHG) Protocol e Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). As fontes de emissão de gases de efeito estufa (GEE) consideradas foram a energia, efluentes, resíduos sólidos, consumo de combustível próprio e por terceiros, viagens aéreas, correção do solo, fertilização e mudanças no uso da terra. As fontes de remoção de dióxido de carbono (CO2) foram calculadas a partir de áreas plantadas, florestas nativas e mudança no uso da terra. O balanço médio de carbono foi negativo com -3,77 Mg de CO2e/ha, com emissão e remoção média de 5,02 e 8,80 Mg de CO2e/ha, respectivamente. O balanço negativo indica que houve a remoção de gases da atmosfera por áreas com a presença de florestas nativas e plantadas que superam a emissão. Analisando o desvio padrão, foi observada uma variação na remoção por hectare de 9,69 Mg de CO2e/ha, enquanto na emissão e no balanço a variação foi de 7,28 e 2,40 Mg de CO2e/ha, respectivamente. O valor máximo de emissão de GEE calculado foi de 24,09 Mg de CO2e/ha. As principais fontes de emissão desta propriedade foram o metano (CH4), proveniente das atividades pecuárias, e o óxido nitroso (N2O), gerados pela correção de solo e fertilização na agricultura. O menor valor de emissão foi de 0,04 Mg de CO2e/ha, de uma propriedade com fontes de emissão referentes a correção do solo e fertilização e consumo de combustível por terceiros. Em contrapartida, o valor máximo de remoção coletado foi 35,77 Mg de CO2e/ha, resultado da presença de áreas plantadas em sua propriedade e o mínimo removido foi 0,2 Mg de CO2e/ha. Constata-se assim que as propriedades rurais inventariadas na 92ª Semana do Fazendeiro apresentaram valores médios de balanço de carbono negativo, apresentando maior remoção de dióxido de carbono do que emissão, devido à maior presença de florestas nativas e áreas plantadas. |