"Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável"

24 a 26 de outubro de 2023

Trabalho 19643

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Comunicação
Setor Departamento de Comunicação Social
Bolsa Não se Aplica
Conclusão de bolsa Sim
Primeiro autor Stéfany do Nascimento Peron
Orientador RENNAN LANNA MARTINS MAFRA
Título CONSUMO CULTURAL, MERCADO DE MÚSICA SERTANEJA E COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL: letras, videoclipes e violência naturalizada contra as mulheres
Resumo O presente trabalho busca problematizar, a partir de uma perspectiva comunicacional, o consumo cultural de música sertaneja no Brasil e como este, sendo parte do discurso oficial da indústria musical - num amplo, complexo e difuso processo de comunicação organizacional (MAFRA, 2021) - contribui para a naturalização da violência contra a mulher nas letras e videoclipes. Lançando mão dos trabalhos de Baldissera (2023) Gumbrecht (2010), Canclini (1997), França (2020) e Butler (1988), realizou-se uma análise das letras e dos videoclipes de 6 canções amplamente consumidas entre 2020 e 2022. As conclusões mostram que a perpetuação de valores patriarcais na sociedade é fruto de uma dinâmica relacional entre uma indústria influente, que utiliza estratégias e mecanismos para que o próprio público atue na retroalimentação desses discursos a fim de manter o funcionamento de uma lógica altamente lucrativa.

Para isso, os resultados da pesquisa se apresentam em dois artigos. O primeiro buscou problematizar, a partir de uma perspectiva comunicacional, a relação entre o consumo cultural da música sertaneja e a perpetuação da violência naturalizada contra as mulheres. Para isso lançamos mão de três aportes teóricos: 1) Canclini (1997), para discutir o processo de consumo cultural; 2) Esteban (2007), que discorre acerca da antropologia das emoções; e, por fim 3) Gumbrecht (2010), para tratar dos efeitos de presença e da função encantatória da linguagem rítmica. Pudemos concluir que a violência se mostra latente nas letras na medida em que faz parte de uma lógica industrial do mercado, e que a perpetuação desse discurso é incentivada por esse mecanismo, pois é altamente lucrativa.

O segundo artigo buscou compreender como a violência contra mulheres é naturalizada em conteúdos de videoclipes de músicas sertanejas, no contexto da rede social YouTube. Para isso, partiu das noções de consumo (CANCLINI, 1997), organização comunicada (BALDISSERA, 2023) e presença (GUMBRECHT, 2010) e, como metodologia, adotou a análise de conteúdo (BARDIN, 2016). Como resultados, a pesquisa reconhece o poder da indústria na construção da naturalização da violência contra as mulheres, embora também identifique o caráter relacional desse processo, na medida em que consumidores desse conteúdo também colaboram, no contexto da plataforma, para tal naturalização.
Palavras-chave Música Sertaneja, Comunicação Organizacional, Violência contra a mulher
Forma de apresentação..... Vídeo
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