Resumo |
Apesar da pouca atuação no Brasil, a cunicultura se destaca por ser considerada uma atividade sustentável, com a produção de alimento de alta qualidade, exigindo pouco espaço físico e de tempo. Nesse cenário, acompanhar o crescimento dos animais auxilia na eficiência da produção e converge com a sustentabilidade. Sendo assim, com o presente trabalho objetivou investigar diferentes modelos estatísticos para avaliação genética do peso aos 10 dias de idade em coelhos. Para isso, a cada ninhada de nascidos os animais foram individualmente identificados por meio de marcação e chegado aos 10 dias de idade a coleta do fenótipo foi realizada através de biometria individual. Foram utilizados 338 coelhos da raça Nova Zelândia no arquivo de pedigree, dos quais 288, nascidos entre abril de 2023 e junho de 2023, apresentaram o fenótipo. Os animais pertencem à Unidade de Ensino, Pesquisa e Extensão (UEPE) em Cunicultura da Universidade Federal de Viçosa. Quatro modelos foram testados: Modelo 1 (M1), que considera somente o efeito aditivo direto; Modelo 2 (M2), que considera o efeito genético aditivo direto e de ambiente comum; Modelo 3 (M3), que considera efeito genético aditivo direto e materno; e Modelo 4 (M4), que considera todos os efeitos supramencionados. Em todos os modelos foram considerados os mesmos efeitos sistemáticos, sendo a data do nascimento e tamanho da ninhada. As análises foram realizadas via abordagem Bayesiana, utilizando o programa GIBBS2F90+. Foi considerado um total de 100.000 iterações com descarte das primeiras 20.000 e coleta a cada 10 iterações, com um total final de 8.000 amostras para inferências. A análise de convergência foi realizada pelo critério de Geweke. Os modelos foram avaliados de acordo com as estimativas de herdabilidade, variâncias residuais, critério de informação da Deviance (DIC) e número de parâmetros. Os valores de DIC foram 2037,35; 2536,27; 2401,02 e 2504,90, as herdabilidades foram 0,95; 0,30; 0,30 e 0,23, as variâncias residuais foram 64,00; 351,91; 222,91 e 332,77, e o número de parâmetros 2, 3, 4 e 5 para M1, M2, M3 e M4, respectivamente. O modelo com melhor ajuste foi M3, uma vez que o M1, apesar de menor DIC, apresentou herdabilidade não condizente com a realidade. Portanto, a avaliação genética para peso aos 10 dias de idade, em coelhos da UEPE em cunicultura da UFV, deve ser pautada em modelos que considerem os efeitos genéticos aditivos direto e materno. |