Resumo |
A lisina é um aminoácido essencial cuja função metabólica está associada ao ganho de proteína corporal. Ainda que a exigência de lisina de suínos em fase de terminação seja comparativamente menor do que das fases antecedentes, sua suplementação pode influenciar nas características quantitativas e qualitativas da carcaça ao abate. Com isso, o objetivo do estudo foi avaliar o efeito dos níveis de lisina digestível sobre as características de carcaça de suínos machos imunocastrados. Foram utilizados 60 suínos machos imunocastrados, com peso inicial médio de 98,7±1,94 kg. Os animais foram distribuídos em DIC com 05 tratamentos, 12 repetições e o animal foi considerado como a unidade experimental. As dietas experimentais foram formuladas à base de milho e farelo de soja, para obter níveis crescentes de lisina digestível: T1 = 0,545; T2 = 0,614; T3 = 0,681; T4 = 0,750 e T5 = 0,818, de modo a atingir 80, 90, 100, 110 e 120 % da lisina digestível recomendada por Rostagno et al. (2017). O período experimental foi de 19 dias, abrangendo a fase de 100 a 140 kg, com fornecimento de ração e água ad libitum. Ao final do experimento, 08 animais de cada tratamento foram pesados e abatidos após um jejum de 12 horas por dessenssibilização elétrica. Cada meia carcaça foi pesada e direcionada a câmara fria (24h à 2°C). Posteriormente, as carcaças foram pesadas e a meia carcaça direita de cada animal direcionada para a confecção dos cortes suínos (lombo, paleta, barriga, pernil, copa lombo e costela), medição da espessura de toucinho (ET) e da área de olho de lombo (AOL). A ET e AOL foram avaliadas na altura da décima costela. O rendimento de carcaça (RC) foi calculado pela divisão do peso da carcaça pelo peso vivo do animal multiplicado por 100. Os dados obtidos foram analisados através do PROC MIXED utilizando o programa estatístico SAS 9.0, com a lisina sendo o efeito principal e o peso vivo como covariável. Contrates ortogonais polinomiais foram utilizados para avaliar efeitos lineares e quadráticos. Valores de probabilidade ≤ 0,10 foram considerados significativos. Foi observada resposta linear crescente para o peso da carcaça após o resfriamento (p = 0,0664), RC (p = 0,0254), peso de lombo (p = 0,0238) e peso pernil (p = 0,0887); e resposta quadrática para peso costela (p = 0,0539) com ponto de mínima de 7,28 e AOL (p = 0,0638) com ponto de máxima de 59,49. Os níveis de lisina digestível da dieta não influenciaram (p > 0,10) o peso da carcaça quente, a perda percentual de água após resfriamento, e os pesos da paleta, barriga e copa lombo e a ET. Conclui-se que a concentração de lisina digestível da dieta no maior nível avaliado de 0,818% para suínos machos imunocastrados promove aumento no peso da carcaça resfriada, RC, peso de lombo e pernil e o nível de 0,705% a maior AOL, enquanto o menor peso de costela foi obtido no nível de 0,678%. Assim, o nível de lisina digestível da dieta de suínos machos imunocastrados pode alterar características carcaça ao abate. |