Resumo |
A alopecia androgênica (AAG) é uma condição estética dependente de andrógenos, geneticamente determinada, sendo o tipo mais comum de queda de cabelo em homens e mulheres. Resulta em implicações psicossociais variadas, em que há indivíduos que a aceitam bem, enquanto outros a toleram com diferentes graus de dificuldade. Duas terapias médicas estão atualmente aprovadas para o tratamento da AAG: minoxidil tópico e finasterida, um inibidor da 5α-redutase. Este último apresentam resultados significativos, mas também exerce efeitos colaterais relevantes, como distúrbios sexuais e deficiências mentais/psicológicas. Já o minoxidil tópico apresenta eficácia limitada devido a dificuldade de adesão, resultado da complicada e cuidadosa aplicação diária, devido aos efeitos colaterais como dermatite de contato, irritação do couro cabeludo e hipertricose de áreas adjacentes. Nesse sentido, o minoxidil oral tem sido usado off-label para tratamento da AAG. Seu papel vasodilatador responsável pela chegada de mais nutrientes e sangue rico em oxigênio nos folículos pilosos, é um dos principais mecanismos que favorece o crescimento dos pelos, entretanto, pouco se sabe sobre seus efeitos sistêmicos. Nessa perspectiva, o objetivo deste trabalho foi avaliar a ação de diferentes doses de minoxidil oral no fígado e na próstata de camundongos Balb/c adultos. Foram utilizados 120 animais em idade reprodutiva divididos em 6 grupos, sendo eles: grupo controle, exposto a 0,2 mL de água destilada; grupo veículo, exposto a 0,2 mL de sulfóxido de dimetilo (DMSO); grupo controle, exposto a 5mg/kg de finasterida e 3 grupos que receberam diferentes doses de minoxidil - 2,5; 5,0 e 7,0mg/kg. Os animais receberam seus respectivos tratamentos via gavagem. Após 42 e 84 dias de tratamento, os animais foram eutanasiados, e os órgãos de interesse dissecados, pesados e fixados para futuras análises. Foram realizadas análises quantitativas dos pesos corporal e pesos relativos do fígado e da próstata, além de análise qualitativa da histologia do fígado. Os tratamentos com finasterida e as diferentes doses de minoxidil não afetaram o peso corporal e do fígado, enquanto foi observada redução no peso da próstata no grupo que recebeu finasterida por 84 dias. Em relação a histologia hepática, foi observado que os grupos que receberam minoxidil apresentaram aparente aumento de vacúolos citoplasmáticos e infiltrado inflamatório em relação aos grupos que não receberam o tratamento. Estes dados preliminares corroboram os efeitos esperado do finasterida na próstata, uma vez que esta droga reduz os níveis de diidrotestosterona, principal andrógeno atuante no órgão. Entretanto, embora o tratamento não tenha afetado o peso corporal e do fígado, a análise histológica sugere alterações degenerativas e inflamatórias no órgão, o que reforça a importância da condução de estudos para que efeitos da administração oral de minoxidil possam ser entendidos e mensurados. |