"Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável"

24 a 26 de outubro de 2023

Trabalho 19562

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Ensino médio
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Biologia geral
Setor Departamento de Biologia Animal
Bolsa FAPEMIG
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro FAPEMIG
Primeiro autor Matheus Goncalves Canal
Orientador MARIELLA BONTEMPO DUCA DE FREITAS
Outros membros Alice Pereira Baltazar, Kemilli Pio Gregório, Pedro Henrique Costa Neves, REGGIANI VILELA GONCALVES
Título Efeitos da exposição ao chumbo no tecido hepático de morcegos frugívoros com importante função ecológica para a Mata Atlântica
Resumo A Mata Atlântica brasileira, bioma com grande biodiversidade e alto nível de endemismo, é altamente ameaçada de extinção em consequência de atividades antropogênicas. Dentre as espécies que compõem a fauna-chave desse bioma destacam-se os morcegos frugívoros. Esses animais desempenham papel crucial na dinâmica de florestas Neotropicais atuando como polinizadores e dispersores de inúmeras espécies de plantas. Além disso, se comportam como bioindicadores potenciais da presença de contaminantes como o chumbo. O chumbo é um metal pesado considerado um dos mais perigosos contaminantes ambientais da atualidade e concentrações relevantes deste metal já foram reportadas em áreas de Mata Atlântica. Dessa forma, morcegos podem estar sujeitos aos efeitos nocivos causados pela exposição a esse metal. O objetivo deste estudo foi avaliar as alterações teciduais hepáticas induzidas pela exposição subcrônica de acetato de chumbo (Pb) em Artibeus lituratus. Morcegos machos adultos da espécie Artibeus lituratus (n=16) foram coletados com o auxílio de rede de neblina em áreas de Mata Atlântica na região de Viçosa-MG. Inicialmente os animais foram aclimatados e posteriormente separados aleatoriamente em dois grupos. O grupo controle (CTL) recebeu injeção intraperitoneal de 0,7 mL de solução salina 0,9% e o grupo tratado (Pb) recebeu 0,7 mL de acetato de chumbo (20 mg/kg) por injeção intraperitoneal a cada sete dias. Após 21 dias, os animais foram eutanasiados e o fígado foi fixado em Karnovsky e submetido ao processamento histológico de inclusão em resina, seguido de microtomia. Posteriormente, os cortes nas lâminas foram corados com Hematoxilina e Eosina, seguidos de análises histopatológicas por meio de fotomicroscopia. Foi observado aumento da incidência de congestão vascular (CTL=0,65%; Pb=2,60%) e infiltrado inflamatório (CTL=2,01%; Pb=3,70%) nos animais do grupo Pb comparados com os do grupo CTL. O aumento da incidência dessas patologias indica que o tecido sofreu um processo inflamatório decorrente da exposição ao chumbo. Nesse processo, o tecido aumenta sua vascularização facilitando a chegada e a ação de células e fatores bioquímicos de defesa. Foi observado também aumento da incidência de degeneração (CTL=1,97%; Pb=10,19%) nos animais do grupo Pb comparado com os do grupo CTL . A degeneração trata-se de um processo patológico que lesa as células modificando sua morfologia, seu aumento pode indicar mudanças bioquímicas danosas à atividade hepatocítica. Em conclusão, o estudo mostra que os morcegos frugívoros expostos subcronicamente a 20 mg/kg de acetato de chumbo durante 21 dias, apresentaram um aumento de patologias hepáticas quando comparados aos morcegos do grupo controle. Mais estudos como análises hormonais e oxidativas são importantes para entender melhor como o chumbo pode afetar animais silvestres de grande relevância ambiental.
Palavras-chave Ecotoxicologia, Histopatologia, Metais pesados
Forma de apresentação..... Painel
Link para apresentação Painel
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