Resumo |
As formigas cortadeiras são uma das maiores pragas do setor agrícola e florestal do Brasil e os gêneros Atta (saúvas) e Acromyrmex (quenquéns) são consideradas as de maior importância econômica. Uma isca eficiente deve manter a atratividade ao carregamento com uma concentração do veneno incapaz de ser detectado pelas operárias de formigas. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar aspectos do carregamento de uma nova isca a base de um novo princípio ativo (Azaradactina), confeccionada na UFV, comparando-a com iscas disponíveis no mercado. Na primeira etapa do projeto confeccionou-se a nova isca (A), com uma máquina peletizadora no laboratório de Entomologia, utilizando uma mistura de polpa cítrica, óleo de soja e Azaradactina. Foram marcados 10 formigueiros de Atta sexdens, onde foram oferecidas a nova isca (A) na dosagem de 10 gramas por metro quadrado de terra solta, para avaliar a capacidade de carregamento e observar a possibilidade de rejeição da nova isca pelas colônias em campo, após, 24, 48 e 72 horas da aplicação. Após isso, foram colocadas amostras com chance de escolha para avaliar a atratividade da nova isca (A) comparada com iscas comerciais encontradas no mercado (B, C e D) e o placebo (E). O placebo (óleo de soja + polpa cítrica) foi o mesmo material utilizado na fabricação da nova isca, antes da incorporação do princípio ativo. Foram utilizadas 3 iscas comerciais, sendo: duas a base de Sulfluramida (B e C) nas concentrações de 0,2% e 0,3%, respectivamente; e a base de Fipronil (D) na concentração de 0,1%. Foram utilizados 6 formigueiros em campo (Atta sexdens), com tamanho médio de 30 metros quadrados, com trilhas de forrageamento bem definidas, observando o início de forrageamento de cada uma das colônias para oferecimento das iscas (A,B,C,D e E). As 5 trilhas de forrageamento de cada formigueiro receberam as iscas para um teste com chance de escolha, disponibilizando-as concomitantemente ao lado da trilha, na quantidade de 5 gramas de cada produto em potes de 50ml (A,B,C,D e E) em teste com chance de escolha. A partir do primeiro grânulo carregado, o tempo foi iniciado e encerrado após uma hora e os potes foram retirados para pesagem com balança analítica, com erro de 0,1 mg. Os resultados demostram que a nova isca confeccionada apresenta um carregamento eficiente em campo nas observações de 24, 48 e 72 horas. Não foram observadas rejeições pelas colônias. A nova isca (A) apresentou um carregamento eficiente em campo e não foram observadas rejeições pelas colônias. A média do carregamento na nova isca A=1,756g e das iscas comerciais (B= 1,913g e C =1,960g e D=2,192g) e do placebo (E=1,936g) demonstraram que não houve diferença significativa entre as médias de carregamento das iscas oferecidas. Apontando que a nova isca formulada(A) é atrativa ao carregamento e possui grande potencial para o mercado. |