Resumo |
Após o período de globalização, a discussão acerca da internacionalização de práticas e conhecimentos ganha destaque nos debates políticos, econômicos e sociais das sociedades contemporâneas. Porém, com o adjacente avanço neoliberal, nota-se que cada vez mais as instituições de ensino têm se voltado às diretrizes do mercado, incorporando lógicas estruturais às disputas pelos rumos da educação e da produção científica e tecnológica. A presente pesquisa, realizada em período de orientação no Laboratório de Estudos Ciência, Tecnologia e Sociedade (LECTS) do departamento de ciências sociais da UFV, inscreve-se no objetivo de realizar uma análise do presente cenário da internacionalização e suas questões em território nacional. A pesquisa foi desenvolvida valendo-se dos documentos disponíveis relativos ao programa CAPES-PrInt e da realização de entrevistas semi-estruturadas com os presidentes do comitê gestor das universidades: UFSC, UFC, UFV, UNB e USP. Contamos também com a entrevista de uma ex-assessora da diretoria de Relações Internacionais da CAPES. Com as entrevistas, buscamos identificar possíveis desafios e benefícios da nova política de internacionalização da CAPES. Para a análise dos materiais, foi realizada uma análise documental através do software NVIVO. Como resultados parciais, nota-se nas falas dos membros entrevistados do comitê gestor uma correlação discursiva, que relaciona o entendimento de internacionalização à “excelência” e “colaboração”. Partindo de uma perspectiva crítica, pontuamos a importância de se situar “centros” e “periferias” como chaves de leitura social, que nos auxiliam a compreender as relações de dominação e disputas políticas envoltas de tais construções discursivas. Compreender o contexto e a percepção em que se constroem as colaborações internacionais para produção científica é essencial para o desenvolvimento de uma teoria crítica que se debruce com seriedade na investigação sobre como os agentes constroem e modificam o campo científico. |