Resumo |
O solo é um importante reservatório de carbono, capaz de armazenar mais que três vezes a quantidade de carbono presente na atmosfera. Estudos voltados para análises de concentração de carbono na matéria orgânica do solo (MOS) são relevantes no contexto de mudanças climáticas e aquecimento global. Objetivou-se avaliar o carbono orgânico nas frações físicas da matéria orgânica do solo em solos distintos. O estudo foi conduzido no laboratório de isótopos estáveis da Universidade Federal de Viçosa - câmpus Viçosa. Utilizou-se quatro diferentes solos categorizados como tratamentos: i. LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO com textura argilosa de pastagem degradada (LD); ii. LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO com textura argilosa de pastagem degradada com adição de cama de aviário (3% do total da amostra) (LDAO); iii. LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO com textura argilosa (LVA); e iv. NEOSSOLO QUARTZARÊNICO (NQ). Determinou-se com três repetições para todos os solos: i. o carbono da biomassa microbiana do solo (C-BMS) pelo método da irradiação-extração; ii. o carbono orgânico total (COT) e; iii. o carbono orgânico (C) da matéria orgânica particulada (MOP) pelo método Walkley-Black. O carbono orgânico contido na matéria orgânica associada a minerais (MOAM) foi obtido pela diferença das concentrações de carbono: COT – MOP. Os dados foram analisados por meio de estatística paramétrica (p-valor < 0,05), não paramétrica (p-valor < 0,05) e descritiva em ambiente R. Todos os atributos analisados não seguiram distribuição normal de acordo com Shapiro Wilk a 5% de probabilidade, dessa forma, seguiu-se com testes não paramétricos (Kruskal-Wallis). O C-BMS foi significativamente maior no LDAO (2012,01 ± 919,20 mg kg-1) quando comparado ao LD . Este resultado era esperado, uma vez que a cama aviária incorporada, naturalmente rica em nutrientes, permitiu o aumento da biomassa microbiana no LDAO, mesmo com a degradação presente nesse solo. O LVA e o NQ não diferiram do LDAO, isso se deve ao fato destes solos não apresentarem grau de degradação, o que sugere a predominância de microbiota natural do solo. Os valores de COT (2,40 ± 1,15 dag kg-1) e MOAM (1,14 ± 1,85 g kg-1) foram menores no LD quando comparados aos valores observados no LDAO (52,70 ± 8,30 dag kg-1) e LVA (41,29 ± 2,83 g kg-1), respectivamente. Ressaltando a perda de C para a atmosfera em solos degradados. O C da MOAM foi significativamente maior no LVA quando comparado ao LD e com o maior valor médio absoluto entre todos os solos. Esse valor era esperado, pois esse solo não se encontra em estado de degradação e sua textura é argilosa, o que permite o acúmulo de C em formas mais perenes no solo. Avaliar o carbono nas frações físicas da MOS em solos distintos é um importante indicador do nível de degradação do solo, além de permitir inferir sobre a perenidade do carbono fixado. |