Resumo |
Mycoplasma hyopneumoniae (Mhyo) é o causador primário da pneumonia enzoótica suína. Este se configura como um microrganismo fastidioso, de crescimento lento em meio sólido, tamanho reduzido das colônias, e não formação de turbidez em meio líquido. Isso faz com que os métodos clássicos de quantificação microbiana não sejam eficientes para este microrganismo. O padrão ouro para a quantificação de Mhyo é a técnica de CCU (color change units). Esta técnica consiste na microdiluição do isolado em placas de 96 poços e um período de incubação de 14 dias. Isto dificulta o trabalho com os isolados, pois quando o resultado de CCU é obtido, eles já passaram do seu ponto ótimo de crescimento. Já houve esforços para padronizar a quantificação por meio de espectrofotometria de massa, ensaios luminométricos e ELISA de competição, porém são técnicas laboriosas e que apresentam limitações. Sendo assim, é de suma importância a padronização de técnicas que permitam uma leitura rápida, de baixo custo e precisa, como por exemplo a utilização da densidade óptica (DO) em espectrofotômetro. O vermelho de fenol é um indicador de pH comum que está presente na maioria dos meios de cultura, inclusive no meio Friis utilizado para o cultivo de Mhyo, sendo que a acidificação do meio indica que há crescimento microbiano. Neste contexto, o primeiro passo para padronizar a técnica de leitura de DO para Mhyo foi determinar o comprimento de onda adequado para determinar a resposta espectral visível. Para isto, foi preparado o meio Friis 1x contendo o vermelho de fenol e foram utilizados quatro isolados de Mhyo, sendo a Cepa J (Reino Unido), 232 (USA), UFV01 e UFV02 (Brasil). Os isolados foram reativados seguido de três passagens sucessivas, e após foram diluídos em uma proporção de 1:20 (inóculo x meio Friis) em tubos tipo falcon no volume de 50 ml. Diariamente, durante 10 dias seguidos, foi retirado uma alíquota de 4 ml, seu pH foi mensurado seguido de leitura em espectrofotômetro nos seguintes comprimentos de onda: 430 λ, 450 λ, 470 λ, 530 λ e 550 λ. Os dados dos isolados foram compilados conjuntamente, totalizando 40 leituras por cada comprimento avaliado, as variáveis quantitativas foram avaliadas pelo teste de Shapiro-Wilk para verificação de normalidade dos erros; e, o teste de Levene, para verificação da homogeneidade de variâncias e posteriormente submetidos ao teste de correlação de Pearson. O pH médio inicial foi de 7,93 decaindo até 6,56 no dia 10. Os coeficientes de correlação foram de R= -0.95731 (y = -0.4228x + 4.5551); -0.94233 (y = -0.3419x + 3.8537); -0.75794 (y = -0.1615x + 2.307); 0.97814 (y = 0.6876x - 4.1292) e 0.982991 (y = 1.0815x - 6.7656), respectivamente para cada comprimento de onda testado. Apesar de todos os comprimentos de ondas apresentarem forte correlação entre as variáveis pH e densidade óptica, conclui-se que o comprimento de onda de 550 λ é o mais adequado para a aplicação da correlação entre estas duas variáveis. |