"Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável"

24 a 26 de outubro de 2023

Trabalho 19449

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Letras
Setor Departamento de Letras
Bolsa FAPEMIG
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro FAPEMIG
Primeiro autor Maria Eliza Amaral de Souza
Orientador NATALIA FONTES DE OLIVEIRA
Outros membros NATALIA FONTES DE OLIVEIRA
Título Mulher, mãe natureza. Será?! O papel da mulher e mudanças climáticas na distopia Gold Fame Citrus, de Claire Vaye Watkins
Resumo A utopia é um mundo ideal diretamente ligada à perfeição. Seu oposto é a distopia, um futuro catastrófico e caótico. A ficção distópica enfatiza e reconfigura os aspectos sombrios da sociedade para retratar um futuro inquietante. As distopias de autoria feminina em língua inglesa estão cada vez mais populares e atraindo leitores. A obra Gold Fame Citrus (2015) de Claire Vaye Watkins é uma das distopias mais emblemáticas da nossa contemporaneidade. Gold Fame Citrus um retrato de uma sociedade pós crise hídrica no estado da Califórnia. A trama se desenvolve num meio onde a escassez é seu contexto e ao redor dessa crise são transpostos diversos eventos que enfatizam como esse cenário seria catastrófico ao ser humano. Ao analisar Gold Fame Citrus, esta pesquisa busca problematizar o papel da mulher e do ecossistema. Mais especificamente, estudar a relação da natureza com a maternidade, expressada principalmente na vida da protagonista Luz. Busca-se questionar o pressuposto de que toda mulher nasce com um instinto maternal e desmantela a dicotomia natureza/cultura. O arcabouço teórico-metodológico dessa pesquisa é o ecofeminismo, crítica literária feminista e estudos distópicos. Esta pesquisa objetiva analisar como a obra problematiza os papéis da mulher enquanto mãe. A autora Monique Witting (2019) discorre sobre o papel desempenhado pela mulher socialmente e como certas funções são atribuídas às mulheres com o pressuposto de fazerem parte de sua natureza. De certa forma, essas funções podem ser desmentidas utilizando a obra Gold Fame Citrus ao observar como Luz passa pelo processo de cuidar de uma criança e como ela não estava preparada para tal, ainda que socialmente seja uma tarefa considerada “natural” às mulheres. Outra autora feminista, Simone De Beauvoir, que reafirma que não há preparo intrínseco à mulher que a dê suporte para desempemhar o que lhe é cobrado, sendo, nesse caso, a maternidade.Essa conduta apresenta traços alinhados às teorias apresentadas por autoras feministas. Tendo estes aspectos em mente, este estudo parte do arcabouço e estudos de gênero para analisar a obra com enfoque na maternidade. Assim, este estudo pretende demonstrar como a maternidade é um conceito imposto às mulheres, principalmente aos sujeitos femininos em distopias críticas, os quais vivem sobre ditames autocráticos e em contextos de extrema opressão, o que resgata os argumentos de Badinter (1985). Dessa forma, apesar de o foco principal da obra ser, de fato, a crise hídrica e seus desdobramentos na vida dos seres humanos, o relacionamento de Luz com a função materna em meio ao cenário distópico enfatiza como a mulher passa por cobranças sociais além do fato de ter que lidar com os empecilhos da crise. Todos os personagens têm momentos de questionamentos acerca de seus papéis na catastrófica situação em que se encontram, mas é inegável que o papel “mãe” é algo que transcende tais questionamentos, por ser uma cobrança a mais.
Palavras-chave distopia, autoria feminina em língua inglesa, ecofeminismo.
Forma de apresentação..... Vídeo
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