"Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável"

24 a 26 de outubro de 2023

Trabalho 19390

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Medicina veterinária
Setor Departamento de Veterinária
Bolsa Não se Aplica
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Renata Magnoni Venturin
Orientador PRISCILA SOARES FERREIRA
Outros membros LUKIYA SILVA CAMPOS FAVARATO, Maria Carolina Conceição Fernandes, Rafael Colman Cardoso, Raquel Sílvia de Paiva Buratto
Título Reação anafilática ao corante azul de metileno em cão: Relato de caso
Resumo A reação anafilática pode ocorrer durante o período perioperatório devido à exposição a diversos agentes capazes de induzir reações de hipersensibilidade. Em humanos, essas reações aos corantes são bem estabelecidas, principalmente por triarilmetanos (azul patente e azul de isossulfano) e, menos frequente, pelo azul de metileno (AM). O AM é um corante rotineiramente utilizado em medicina veterinária no estadiamento clínico tumoral do tumor de mama. O objetivo deste trabalho é relatar o caso de uma cadela border collie, de 4 anos, atendida no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Viçosa, para cirurgia de ovariohisterectomia e mastectomia com marcação de linfonodo sentinela com o corante AM a 2%. Como medicação pré-anestésica instituiu-se: metadona (0,3 mg/kg), cetamina (3 mg/kg) e dexmedetomidina (5 mcg/kg). Como agente de indução utilizou-se o propofol (4 mg/kg) e manutenção o isofluorano. Logo após a indução anestésica foi realizado sem intercorrências os bloqueios regionais do plano serrátil, quadrado lombar e nervo gênito femoral, com bupivacaína na dose tóxica máxima de 4 mg/kg. Sequencialmente foi administrado pela via intradérmica 1 ml do AM. Subitamente e previamente ao início da cirurgia, a cadela apresentou taquicardia (140 bpm) e hipotensão (pressão arterial sistólica 40 mmHg), sendo tratada com efedrina 0,2 mg/kg e bolus de fluido (Ringer Lactato 10ml/kg em 15'). O diagnóstico inicial considerado pela equipe foi intoxicação pela bupivacaína, entretanto as alterações cardiovasculares apresentadas não eram correspondentes. A paciente não apresentou resposta ao tratamento instituído e sequencialmente observou-se urticária em todo seu corpo. Com base nos sinais clínicos e na ocorrência da grave vasodilatação e hipotensão, foi feito um diagnóstico presuntivo de reação anafilática ao corante. Sendo instituído o tratamento com glicocorticóide (dexametasona 0,4 mg/kg) e aumento da taxa de fluidoterapia (3 ml/kg/h para 5 ml/kg/h). Após a conduta estabelecida, a paciente teve melhora do quadro de urticária e permaneceu com os parâmetros fisiológicos dentro da normalidade durante o restante do período perioperatório, exceto pela urina que apresentou coloração esverdeada. Em humanos descreve-se a reação anafilática ao AM com variação dos sinais clínicos, de moderado (urticária e eritema) a severo (edema pulmonar, hipotensão e choque). Alguns autores recomendam a administração profilática de glicocorticoide previamente a administração dos corantes com triarilmetanos. Na medicina veterinária, por tal reação não estar bem descrita, essa abordagem não está estabelecida. O diagnóstico de anafilaxia em pacientes sob sedação ou anestesia geral pode ser difícil devido aos diversos agentes administrados em associação, além das peculiaridades do contexto perioperatório. No entanto, os médicos veterinários devem estar cientes de que a administração de AM pode estar associada à reação anafilática, sabendo assim diagnosticar e tratar o evento.
Palavras-chave Hipotensão, urticária, evento adverso
Forma de apresentação..... Painel
Link para apresentação Painel
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