Resumo |
O Transtorno do Espectro Autista (TEA), faz parte do grupo de transtornos neurodesenvolvimento. Se manifesta nos primeiros anos da vida da criança, sendo caracterizado por déficits no desenvolvimento que trazem prejuízos na vida pessoal, social, acadêmica ou profissional do indivíduo. O TEA é diagnosticado quando a pessoa apresenta déficits persistentes na comunicação, na interação social e padrões restritos e repetitivos de comportamento. Além destes fatores, em alguns casos o desenvolvimento motor, da pessoa com TEA, também pode estar comprometido. Todos esses fatores podem influenciar de forma negativa na qualidade de vida e no desempenho das atividades de vida diária da criança com TEA e seus cuidadores. Uma das possibilidades de estimulação desses indivíduos é através do jogo e da brincadeira, pois com essas atividades lúdicas a pessoa consegue aprender e se desenvolver no seus âmbitos biopsicossociais de forma leve e divertida. Assim, surge a seguinte questão de pesquisa: um programa presencial de jogos e brincadeiras pode auxiliar na melhora da qualidade de vida, das habilidades motoras e das atividades da vida diária de crianças com TEA? A metodologia utilizada para aplicar e avaliar o programa, terá como base atividades lúdicas pensadas a partir de jogos e brincadeiras, elaboradas na perspectiva de Wallon, que envolve jogos funcionais, jogos de ficção, jogos de aquisição e jogos de fabricação, ministrados de forma presencial e aplicados para crianças com TEA juntamente com seus pais. O programa será desenvolvido por pesquisadores, no laboratório de estimulação psicomotora (LEP) do Departamento de Educação Física (DES) da Universidade Federal de Viçosa (UFV), durante 8 semanas, com intervenções 2 vezes na semana, com duração de 40 a 50 minutos cada sessão. As análises serão feitas dentro das abordagens quali- quantitativas com característica de pesquisa de campo e com análise estatística descritiva e de conteúdo realizada por meio do software Iramuteq. A população do estudo será composta por crianças com diagnóstico de TEA de idade entre 2 a 12 anos e seus responsáveis. Os instrumentos escolhidos para a coleta de dados são: escala de avaliação das atividades da vida diária para pessoas com deficiência, observação sistematizada, diário de campo e entrevista semiestruturada. Com o método, pretende-se testar a hipótese de que os jogos e brincadeiras, realizados em conjunto com os pais,têm uma influência positiva na qualidade de vida, realização de atividades de vida diária e habilidades motoras destas crianças. O presente trabalho encontra-se em fase de desenvolvimento. |