Resumo |
A COVID-19 impôs grandes desafios às universidades federais brasileiras, exigindo adaptações para enfrentar às restrições sanitárias. Este trabalho, ainda em construção, tem como objetivo analisar as medidas implementadas pelas universidades federais mineiras para garantir a segurança e o bem-estar físico e psicológico dos servidores técnicos e docentes. O estudo também visou compreender as percepções desses servidores sobre sua experiência no teletrabalho emergencial, bem como as implicações da pandemia no cenário pós-crise. Para isso, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com servidores das Pró-Reitorias de Gestão de Pessoas (GP) das universidades federais mineiras. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo de Bardin (2016), sendo categorizados em três eixos temáticos: nível organizacional, nível tático da GP, e dimensão trabalho e trabalhadores. Os resultados preliminares mostram consonância com a literatura existente sobre a relação entre pandemia, GP e trabalho e trabalhadores. Nesse sentido, fatores administrativos, demográficos e sociais como convivência familiar, gênero e condições do ambiente de teletrabalho influenciaram as percepções sobre o teletrabalho, sua produtividade e a viabilidade de permanecer nesse regime no pós-pandemia. O planejamento e a resposta das universidades à crise foram fundamentais para estabelecer normativas inovadoras, atenção especial ao bem-estar físico e psicológico e flexibilidade na supervisão da produtividade. Além disso, a falta de condições materiais e ergonômicas fornecidas pelas universidades também afetou negativamente a experiência. Foi necessário também flexibilizar o controle de frequência e a avaliação de desempenho e produtividade, alterando a relação entre gestores e equipes. Servidoras do gênero feminino e, sobretudo, com filhos pequenos enfrentaram os maiores obstáculos ao realizar o teletrabalho devido aos conflitos trabalho-família-vida pessoal. Assim, a gestão integrada e humanizada dos recursos humanos, abrangendo as dimensões pessoal, social, física e psicológica, revelou-se essencial para assegurar o bem-estar dos servidores, a continuidade das atividades profissionais e a preservação da produtividade. Em geral, a avaliação do teletrabalho foi positiva, suscitando reflexões sobre a possibilidade desse formato integrar o modo de trabalho das universidades federais no futuro. |