Resumo |
O aumento das áreas de cultivo de Corymbia spp. gerou a necessidade de pesquisas sobre o uso da casca dessas espécies para fins energéticos, uma vez que alguns materiais genéticos do gênero possuem, normalmente, proporção de casca maior do que o observado em cultivos de Eucalyptus spp. É importante destinar usos para a casca, uma vez que a madeira pode ser descascada, a depender da sua finalidade. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do espaçamento de plantio em propriedades físicas e químicas de cascas de clones de Corymbia citriodora (Hook.) K.D. Hill & L.A.S. Johnson x C. torelliana (F. Muell.) KD Hill & LAS Johnson visando o uso para energia. O experimento foi realizado no município de Itamarandiba – MG. Avaliou-se o potencial da casca de dois clones, denominados de C1 e C2, aos 7 anos de idade, os quais foram cultivados em quatro espaçamentos de plantio (3 m x 2 m; 3 m x 3 m; 6 m x 1,5 m e 6 m x 1,25 m), perfazendo um experimento em esquema fatorial 2 x 4 (clones e espaçamentos). As cascas foram obtidas de discos coletados de três árvores por tratamento, os quais foram retirados nas alturas de 0%, diâmetro a altura do peito (DAP), 25%, 50%, 75% e 100% da altura comercial. O percentual de casca foi obtido em relação ao volume total das árvores, bem como a densidade básica, composição química estrutural (teor de extrativos, lignina e holoceluloses) e teor de cinzas. A massa seca de casca por hectare foi obtida multiplicando-se o volume médio da casca pela densidade básica da casca das árvores e pelo número de árvores por hectare de cada um dos espaçamentos. Os dados foram submetidos à análise de variância, e caso verificada diferença significativa entre as médias, aplicou-se o teste Tukey a 5% de significância. A interação entre os fatores clone e espaçamento de plantio foi significativa apenas para a massa seca de casca por hectare. O clone C1 e o espaçamento 3 m x 2 m tiveram as maiores massa seca de casca (23,07 ton.ha-1 e 22,58 ton.ha-1, respectivamente). A densidade básica da casca do C1 (0,388 g.cm-3) diferiu significativamente do C2 (0,369 g.cm-3). O percentual de casca foi influenciado significativamente pelos fatores avaliados, onde as maiores médias foram verificadas para o C2 (23,84 %) e o espaçamento 3 m x 2 m (27,35 %). A casca do C2 teve maior teor de lignina (28,48 %) em relação ao C1 (24,24 %). A média do teor de cinzas do C2 foi maior que a do C1 (3,52 % e 2,61 %, respectivamente). Conclui-se que o clone C1 e o espaçamento 3 m x 2 m propiciaram maiores produções de casca. A casca do C2 tem maior teor de lignina, no entanto, também maior proporção de materiais inorgânicos, o que pode ocasionar problemas na utilização da mesma para energia. Mais estudos precisam ser realizados sobre o uso de casca para energia, principalmente ao que tange aos tipos de inorgânicos. |