Resumo |
A Mata Atlântica é uma das florestas mais ameaçadas do planeta. Com apenas 12,4% de sua cobertura original remanescente, é caracterizada principalmente por pequenos fragmentos cercados por pastagens e áreas agrícolas. Apesar disso, abriga uma vasta diversidade de espécies, com 2.420 vertebrados, 20.000 espécies de plantas e alto nível de endemismo, tornando-a um dos hotspots de biodiversidade do planeta. Nesse sentido são importantes pesquisas que busquem alternativas para a melhoria da vegetação remanescente da Mata Atlântica. Dessa forma, objetivou-se com o estudo verificar o efeito da fertilização mineral sobre a variação na densidade de plantas no sub-bosque de uma Floresta Estacional semidecidual na Mata Atlântica. A pesquisa foi realizada em um fragmento de Floresta Estacional Semidecidual de 17 ha, conhecido como Mata da Silvicultura, no município de Viçosa-MG. Foram estabelecidos 4 blocos experimentais divididos em 5 parcelas de 30 x 30 m onde foram testadas 5 doses de fertilizantes com base nas recomendações de Gonçalves (1995), nos quais: T1 = 0%, T2 = 50%, T3 = 100%, T4 = 150% e T5 = 200%. Foram utilizados: ureia (44% N), superfosfato simples (16% P2O5) e cloreto de potássio (58% K2O), aplicados a lanço. No interior das parcelas fertilizadas, foi estabelecido uma sub-parcela de 1 x 1 m onde foram inventariadas todas as plantas menores que 30 cm de altura. As plantas foram plaqueteadas, identificadas e monitoradas de fevereiro de 2022 à fevereiro de 2023 sendo realizado 3 inventários no período. Foi realizado o teste de Qui-quadrado para independência à 5% de probabilidade, para avaliar a variação no número de indivíduos por tratamento e inventário. Foram registrados a quantidade mínima e máxima de plantas/ m² nas parcelas dos inventários de fevereiro de 2022 (INV1), agosto de 2022 (INV2) e fevereiro de 2023(INV3) respectivamente. No primeiro (INV1) houve mínima de 5,00 e máxima de 28,85 nas parcelas que receberam tratamento T4 e T2, no segundo (INV2) o menor e o maior valor foram de 1,25 para T4 e 16 para T3 e no terceiro (INV3) houve mínima de 1 e máxima de 5,75 para T4 e T3 na devida ordem. O teste Qui-quadrado para diferença entre os tratamentos e ocasiões dos inventários resultou em p-valor de 0,4057. A variação no número de plantas menores que 30 cm, no sub-bosque de uma floresta estacional semidecidual na Mata Atlântica, não foi influenciada pelos tratamentos aplicados, de acordo com o teste Qui-quadrado à 5% de probabilidade. |