Resumo |
Os fungos Alternaria linariae e Pseudoidium neolycopersci são os agentes causais da pinta-preta e do oídio do tomateiro. A principal medida de controle destas doenças é o uso de fungicidas químicos. Estirpes da espécie Bacillus velezensis produzem lipopeptídeos, metabólitos secundários com atividade antimicrobiana a diversos patógenos, incluindo Alternaria. Já isolados de diferentes espécies de Clonostachys têm mostrado eficácia na redução da severidade da pinta-preta da batata e supressão do patógeno em restos culturais. Visto o potencial desses microrganismos antagonistas e de seus produtos metabólicos, este trabalho objetivou avaliar e comparar a eficácia de controle da suspensão de conídios de Clonostachys chloroleuca (UCB07) e do extrato de B. velezensis (B157) contra o patógeno biotrófico P. neolycopersici e o necrotrófico A. linariae no tomateiro. A suspensão de conídios do isolado UCB07, na concentração de 107 conídios/mL, foi obtida a partir do cultivo em substrato sólido. O extrato enriquecido de lipopeptídeos foi obtido por meio do cultivo líquido da estirpe B157, seguido do processamento e extração dos metabólitos secundários com solventes. Para o ensaio com a pinta-preta foram utilizadas 15 mudas de Micro-tom em plena floração por tratamento (água, suspensão de UCB07, extrato de B157 na concentração de 1mg/mL e o fungicida Clorotalonil), as quais receberam duas aplicações preventivas e uma terceira 10 dias após. A inoculação de A. linariae (1x104 conídios/mL) foi realizada dois dias após a segunda aplicação dos tratamentos. A avaliação da severidade da doença foi realizada por meio de escala diagramática com intervalo de 2 dias. O experimento com oídio foi montado nas mesmas condições do ensaio anterior, mas com 20 repetições e utilizando o fungicida a base de enxofre. Neste ensaio foram realizadas duas aplicações preventivas e duas aplicações após a inoculação natural, feita com a exposição das plantas a plantas de Micro-tom com sinais típicos de oídio. As avaliações da severidade ocorreram por meio de fotos tiradas de três folhas por planta, em intervalos de 4 dias e processadas no software Assess®. A eficácia de controle no ensaio da pinta-preta com a suspensão de conídios de UCB07 e do extrato de B157 foram acima de 90%, assim como o fungicida testado. Resultado semelhante foi obtido no experimento com oídio, no qual ambos os tratamentos mostraram eficácia acima de 95%. Isso nos mostra a possibilidade de redução do uso de fungicidas químicos na cultura do tomate, tornando a cadeia produtiva cada vez mais segura e sustentável. |