Resumo |
A produção de coelhos tem um forte potencial para se tornar uma das principais fontes de proteína animal para a população brasileira, além de ser um recurso genético para ser explorado no contexto da agricultura familiar. O coelho é um animal com um ciclo reprodutivo e produtivo muito rápido e tem menor demanda de recursos para sua exploração quando comparados com outros animais de produção. Neste contexto, com melhoramento genético é possível a seleção dos melhores animais para aumentar os ganhos genéticos em características de interesse econômico. Dessa forma objetivou-se com esse trabalho estimar os parâmetros genéticos para as características de peso ao nascimento (PN) e aos 10 dias de idade (P10) em coelhos da raça Nova Zelândia. Foram utilizados os dados da Unidade de Ensino, Pesquisa e Extensão em Cunicultura da Universidade Federal de Viçosa. A coleta de dados consiste nas pesagens do nascimento até os 90 dias de idade, sendo coletada a cada 10 dias. No nascimento os animais recebem uma identificação temporária. O desmame dos animais é realizado quando estes têm 30 dias de idade e onde eles recebem a tatuagem da sua identificação na orelha e são direcionados para o setor de crescimento sendo considerado para análise 441 indivíduos no pedigree, e desses um total de 386 animais com PN e/ou P10. As estimativas dos componentes de variância foram obtidas via inferência Bayesiana a partir de um modelo animal bicaracterístico, sendo considerado os efeitos sistemáticos data do nascimento, data da pesagem aos 10 dias, tamanho da ninhada e idade aos 10 dias com covariável linear. Como efeitos aleatórios foram considerados o efeito genético aditivo direto, efeito genético aditivo materno, efeito ambiente comum e resíduo. A análise foi realizada com o programa GIBBS2F90+, sendo geradas inicialmente 100.000 iterações com descarte das primeiras 20.000 e coleta a cada 10 iterações, com um total final de 8.000 amostras para inferências. A análise de convergência foi realizada pelo critério de Geweke. As estimativas de variância genética aditiva direta, materna e de ambiente comum foram de 34,29; 64,67 e 13,97 para PN e 862,09; 1696,90 e 587,31 para P10, respectivamente. Estimativas de herdabilidade direta e materna foram 0,24 e 0,44 para PN e 0,26 e 0,47 para P10, respectivamente. As correlações genéticas direta e materna entre as duas características foram de 0,81 e 0,54, respectivamente. Portanto, nas idades iniciais dos coelhos há uma maior contribuição da variação genética materna para a variação total e que ambas as características podem ser incluídas no processo de seleção. A seleção indireta pode ser explorada, ao selecionar para uma das características e esperar as seleções na outra, mas na parte materna essa seleção indireta pode ter menor eficiência. |