Resumo |
Folhas de Ipomoea alba com lesões angulares cloróticas foram coletadas em Viçosa-MG a fim de identificar o agente causal. Para isso, extraiu-se os nematoides das folhas sintomáticas e em uma análise prévia em microscópio observou-se a presença de nematoides do gênero Aphelenchoides. Dessa forma, objetivou-se caracterizar estes espécimes empregando a taxonomia integrativa. Para a análise morfológica e morfométrica, os nematoides extraídos foram previamente multiplicados in vitro em Fusarium sp., mortos em banho-maria, fixados em TAF (Trietanolamina, Água e Formaldeído) ou DESS (DMSO, EDTA e Solução Salina) e infiltrados em glicerina para o preparo de lâminas permanentes. No total, foram caracterizados 60 espécimes, sendo 45 fêmeas e 15 machos. Também foi realizada a caracterização molecular dos nematoides. Para isso extraiu-se o DNA dos espécimes para amplificação, por PCR, da região genômica SSU (subunidade menor do RNA ribossômico). As sequências obtidas após o sequenciamento genético foram editadas e usadas no alinhamento múltiplo com sequências disponíveis em banco de dados. Após a inferência do modelo de substituição nucleotídica (GTR+I+G), seguiu-se com a reconstrução filogenética a partir de SSU por Inferência Bayesiana, gerando-se uma árvore após 10 milhões de gerações. A árvore foi visualizada e editada em programa de edição de imagens. As fêmeas apresentaram médias de 685,4 ± 63.2 µm, 42,2 ± 3,3, 16,2 ± 1,0, 71,4 ± 19,6, 11,9 – 40,5% e 69,2 ± 0,7%, para L (comprimento do corpo), a (razão entre L e diâmetro máximo do corpo), c (razão entre L e comprimento da cauda), c’(razão entre o comprimento da cauda e diâmetro do corpo na região do ânus), PVS/VA% (percentagem da razão do comprimento do saco pós-vulval e distância da vulva até o ânus) e V% (proporção da distância entre a extremidade anterior até a vulva em relação a L), respectivamente. Já os machos apresentaram médias de 574,6 ± 32,3 µm, 37,2 ± 3, 17,1 ± 2,2 e 42,4 ± 15,9 para L, a, c, c’, respectivamente. Os espécimes possuíam campo lateral com 4 linhas, poro excretor posterior ao anel nervoso, cauda conoide com mucro em formatos variados, sendo o mais comum o formato estrelar. As fêmeas apresentavam ramo genital curto com oócitos alinhados em fileiras únicas. Os espículos possuíam côndilo dorsal ligeiramente destacado da lâmina dorsal. Já em relação à filogenia baseada na região SSU, a sequência gerada nesse estudo agrupou-se a de A. paradalianensis, com probabilidade posterior igual a 1. Por meio do estudo de taxonomia integrativa, conclui-se que a população associada a I. alba pertence a espécie A. paradalianensis relatada em Guangzhou na China, a partir de embalagens de madeira exportadas da Coréia do Sul, sendo este o primeiro relato desta espécie causando doença em planta. |