Resumo |
Introdução: As Infecções de Sítio Cirúrgico (ISC) são caracterizadas pela manifestação de sinais e sintomas característicos de uma infecção que acomete tecidos, órgãos e/ou cavidades, durante o período de internação ou alta pós-cirúrgica. Neste âmbito, atesta-se que as ISC constituem um problema de saúde pública devido à alta demanda para as instituições hospitalares e à alta morbimortalidade associada, resultando em prejuízos físicos, emocionais e econômicos. Assim, percebe-se que a detecção e o controle das ISC são fundamentais para a minimização do risco em serviços de saúde, antes que o dano alcance e represente um risco à vida do paciente. Nesse contexto, o projeto de extensão Vigilância de Infecção de Sítio Cirúrgico após alta hospitalar da Universidade Federal de Viçosa, em parceria com o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH), visa detectar infecções, monitorar pacientes e propor medidas para implementar cuidados preventivos no período perioperatório por meio de busca telefônica passiva. Objetivo: Investigar os sinais e sintomas característicos de ISC pós-alta hospitalar em cirurgia limpa e a incidência, por meio de busca telefônica passiva. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, que avaliou a presença de infecção hospitalar em pacientes submetidos às cirurgias limpas, em um hospital do interior de Minas Gerais. A pesquisa foi realizada por meio da busca telefônica passiva e da análise criteriosa dos prontuários de pacientes que foram internados para procedimentos cirúrgicos entre janeiro de 2021 e junho de 2022. Os dados foram analisados no software IBM SPSS Statistics, versão 23, através de estatística descritiva. Foram atendidos os requisitos do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (Parecer Ético Nº 3.720.588). Resultado: Foram monitorados 481 pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos limpos, com incidência de ISC igual a 6,65%. Dentre os 481 pacientes, 215 (44,69%) relataram a presença dos seguintes sinais e sintomas em sítio cirúrgico: dor local (147 - 68,37%), edema (98 - 45,58%), vermelhidão (55 - 25,58%), secreção (53 - 24,65%), e hipertermia (19 - 8,83%). Conclusão: A busca passiva por telefone de ISC pós alta hospitalar revela a importância da detecção e controle dos casos de subnotificações e a necessidade de implementação de intervenções para reduzir a incidência de ISC nas cirurgias limpas. |