Resumo |
Frutas e hortaliças são consideradas perecíveis e por isso, é necessário conhecer e utilizar práticas adequadas de manuseio durante as fases de colheita, armazenamento, comercialização e consumo, a fim de aumentar o tempo de conservação e reduzir as perdas pós-colheita desses produtos. Uma das formas de conservação é o uso adequado de embalagens, entretanto, na atualidade, o uso de embalagens feitas de materiais não biodegradáveis é ainda muito grande, o que causa diversos impactos ambientais. Por isso, vêm crescendo a busca por alternativas sustentáveis, a fim de reduzir a degradação do ecossistema. Uma alternativa é a utilização de resíduos agroindustriais como bagaço de cana-de-açúcar e fibra de coco para substituição dos materiais tradicionais para produção de embalagens. Assim, o objetivo deste trabalho é avaliar a eficiência de bandejas de bagaço de cana-de-açúcar e fibra de coco na conservação de tomate in natura. O experimento está sendo realizado no Setor de Agroindústria da Universidade Federal de Viçosa - Campus Florestal. Tomates orgânicos foram adquiridos e selecionados de acordo com a ausência de danos mecânicos/podridões e posteriormente armazenados em bandejas de poliestireno extrudado (XPS), adquiridas no comércio local, e em bandejas de fibra de coco e de bagaço de cana, produzidas em um trabalho paralelo. Foram colocados um vegetal em cada bandeja e após armazenadas, elas foram cobertas com filme de polivinil cloreto (PVC). O experimento foi realizado em triplicata. As bandejas foram estocadas em condições ambiente e após 0, 4, 8 e 12 dias de armazenamento três bandejas de cada tratamento foram retiradas para as análises microbiológicas (Coliformes totais e termotolerantes, Escherichia coli e Enterobactérias) e físico-químicas (tamanho de lesões, perda de peso e cor). Ao fim dos 12 dias, os tomates embalados em Bandeja de XPS, de bagaço de cana e de fibra de coco apresentaram, respectivamente: perda de peso médio de 7,157%; 6,413%; 8,035%; Índice de escurecimento médio (IE) de 217,12; 246,1; 191,42; Índice de amarelamento (YI) de 226,37; 485,21; 410,79; e por fim, lesões médias de 0,4 cm, 0,85 cm, 0,88 cm. Portanto, observa-se maiores médias, para as bandejas feitas de resíduos, apenas no YI e no tamanho das lesões, o restante das análises apresentou médias próximas aos tomates na bandeja de XPS. Com relação às análises Coliformes totais e termotolerantes, após 12 dias de estocagem, a contagem foi <3 NMP/g para todas as amostras independente da bandeja. Assim como para as análises de E.coli e enterobactérias, após 12 dias, não foi observado nenhuma placa positiva de E. coli e, independente da bandeja, a contagem foi < 10 UFC/g para as enterobactérias. Dessa forma, a partir dos resultados obtidos até o momento, pode-se afirmar que as bandejas de bagaço de cana-de-açúcar e fibra de coco apresentam um bom potencial de conservação para os tomates orgânicos sendo uma alternativa viável para a substituição das bandejas de XPS. |