"Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável"

24 a 26 de outubro de 2023

Trabalho 19222

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Zoologia
Setor Departamento de Engenharia Florestal
Bolsa Outros
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro Outros
Primeiro autor João Eduardo Vardiero Carvalho
Orientador FABIANO RODRIGUES DE MELO
Outros membros Camila Moura Novaes
Título Distribuição espacial e organização social do mutum-do-sudeste (Crax blumenbachii) reintroduzido na Fazenda Macedônia, Ipaba, MG
Resumo O mutum-do-sudeste (Crax blumenbachii Spix 1825) é um cracídeo endêmico da Mata Atlântica classificado pela IUCN como “em perigo”. Essa condição de ameaça se deve à redução do habitat da espécie, perda de qualidade dos remanescentes florestais com redução de recursos utilizados pelas aves, aumento das populações de predadores de ninhos e caça de lazer e de subsistência. Para contribuir com a conservação dessa espécie ameaçada, a Celulose Nipo-Brasileira (Cenibra) criou, na década de 90, o Projeto Mutum. Nesse projeto, machos e fêmeas adultos da espécie foram reintroduzidos em fragmentos de Mata Atlântica na região do Médio Vale do Rio Doce. Com o objetivo de obter dados de história natural, como razão sexual e distribuição espacial dos mutuns reintroduzidos, foram amostrados cinco fragmentos de Mata Atlântica pertencentes à Cenibra entre maio de 2021 e outubro de 2022, utilizando 10 armadilhas fotográficas posicionadas a 50cm do chão e sem a presença de iscas. Durante os 18 meses de amostragem, foram obtidos 56 registros, em dois dos cinco fragmentos. Indivíduos solitários (machos e fêmeas) foram capturados com mais frequência do que em pares ou grupos. Machos solitários totalizaram 23 registros, fêmeas solitárias totalizaram 13 registros, casais totalizaram 12 registros, pares de fêmeas totalizaram 6 registros, um registro corresponde a uma mãe com um filhote e em um registro o número e sexo dos indivíduos não foi identificado. No presente estudo, as armadilhas fotográficas se mostraram úteis para a obtenção de dados da história natural do mutum-do-sudeste. Os dados mostram que a população reintroduzida tem ocupado apenas duas das cinco localidades amostradas. Nessas duas localidades, a espécie não foi registrada por todas as armadilhas fotográficas, mostrando que a espécie apresenta uma distribuição espacial restrita. Os pares formados por um macho e uma fêmea indicam que os mutuns-do-sudeste reintroduzidos sejam monogâmicos. O desbalanceamento da razão sexual pode explicar a monogamia registrada para a espécie na área de estudo. Porém, embora os registros das armadilhas fotográficas indiquem a monogamia na população estudada, registros ocasionais de poliginia foram feitos na área de estudo. Tanto a monogamia quanto a poliginia têm sido descritas para a espécie, e o desbalanceamento da razão sexual tem sido a hipótese explicativa para este comportamento. Este desbalanceamento foi encontrado no presente estudo, onde foram registrados mais machos solitários do que fêmeas solitárias. Deste modo, novas reintroduções do mutum-do-sudeste na RPPN Fazenda Macedônia devem priorizar a soltura de fêmeas, objetivando um balanceamento da razão sexual e o sucesso reprodutivo da espécie em vida livre.
Palavras-chave Cracidae, Rio Doce, Monitoramento de fauna
Forma de apresentação..... Painel
Link para apresentação Painel
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