"Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável"
24 a 26 de outubro de 2023
Trabalho 19219
| ISSN | 2237-9045 |
|---|---|
| Instituição | Universidade Federal de Viçosa |
| Nível | Graduação |
| Modalidade | Pesquisa |
| Área de conhecimento | Ciências Humanas e Sociais |
| Área temática | História |
| Setor | Departamento de História |
| Bolsa | Não se Aplica |
| Conclusão de bolsa | Não |
| Primeiro autor | Luis Guilherme Magalhães de Paula |
| Orientador | KARLA DENISE MARTINS |
| Título | “Luz do seu povo e do seu tempo”: misticismo e teologia em Hildegarda de Bingen. |
| Resumo | Hildegarda de Bingen foi uma mística germânica e monja beneditina reconhecida pelos eruditos de seu tempo como autoridade em assuntos teológicos. Concebeu, no século XII, uma detalhada obra sobre a condição humana e sua conexão com Deus, caracterizada pela harmonia entre a vida cotidiana e a experiência católica. Aliando os ensinamentos bíblicos a uma conexão entre as expressões e virtudes da Criação, Hildegarda expressou uma cosmovisão em gradação, partindo da existência humana até alcançar as hierarquias celestes do universo. Foi reconhecida, em 2012, como Doutora da Igreja pelo papa Bento XVI. Sua produção intelectual foi inspirada por visões que a acompanharam por toda a vida, marcadas pela experiência sensorial de um brilho estonteante, ao qual referiu-se apenas como Luz. Entre escritos, imagens e pregações a Sibila do Reno contribuiu para o fortalecimento e metamorfose da fé católica durante um período turbulento, marcado por secularização eclesiástica, heresias e cismas. Ao longo da pesquisa, nos propusemos a explorar as influências de sua teologia na capacidade de reinvenção e adequação da Igreja Católica durante a segunda época medieval. Nosso objetivo foi compreender o papel do feminino na ordem cósmica de sua mensagem e nas representações alegóricas presentes nas ilustrações de sua primeira grande obra, o Liber scivias Domini. Trilhamos uma busca por permanências e rupturas no feminino registrado nos escritos de uma abadessa que viveu em uma sociedade profundamente patriarcal. Metodologicamente, partimos da leitura textual e imagética de uma tradução da fonte para produzir um levantamento das palavras-chave e símbolos mais recorrentes. Em seguida, buscamos comparar a teologia hildegardiana com fundamentos de exegese bíblica, com a reforma gregoriana e com aspectos estéticos da arte medieval para compreendermos as reformulações propostas por santa Hildegarda. A partir das informações levantadas, percebemos em suas visões a existência de uma tendência de equilíbrio, de temperança entre os aspectos do masculino e do feminino. Ao resgatar a presença do feminino e repensar seu papel na epopeia da criação, Hildegarda de Bingen oferece um caminho para a redenção de Eva e também uma ênfase para o poder gerador da vida que se encontra presente na figura humana. A debilidade de Eva e a fragilidade do corpo de carne são ressignificados, convertendo-se em ferramentas para a compreensão da verdade possível de se alcançar pelas virtudes e pelos sacramentos; masculino e feminino, em conjunto, fazem parte do caminho para a redenção. A mística de Hildegarda permitiu-nos compreender a existência de um caráter multifacetado e adaptativo que marca a história da Igreja e de sua doutrina em meio às profundas transformações ocorridas ao longo da Idade Média, atravessando os séculos até o tempo presente. |
| Palavras-chave | Hildegarda de Bingen, catolicismo místico, sagrado feminino. |
| Forma de apresentação..... | Painel |
| Link para apresentação | Painel |
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