"Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável"

24 a 26 de outubro de 2023

Trabalho 19217

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Enfermagem
Setor Departamento de Medicina e Enfermagem
Bolsa Não se Aplica
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Paulyenny Machado Alves
Orientador CAMILA MENDES DOS PASSOS
Título A interseccionalidade no acesso à assistência pré-natal no Brasil
Resumo Introdução: Verazmente a população preta é marcada pelo racismo, processo discriminatório, institucional e estrutural que impacta a vida de diversos indivíduos. Destarte, para o marxismo, a classe é o cerne para compreensão das desigualdades, isto é, devido ao capitalismo asseguram-se desigualdades oriundas do sexismo, racismo e exploração de classes. Ainda, compreende-se assistência pré-natal como o cuidado ofertado durante o período gravídico, através de: consultas de pré-natal, exame físico, obstétrico e complementares, vacinação, ações educativas, orientações, entre outros. À vista disso, a interseccionalidade sobrevém como ferramenta ancestral e metodológica, que motiva a criticidade política a fim de captar a liquidez das pessoas subalternizadas impostas a discriminações de gênero, raça e classe. Objetivo: Analisar a relação entre marcadores da interseccionalidade (raça/cor - classe) e acesso à assistência pré-natal no Brasil. Metodologia: Estudo transversal, quantitativo, que utilizou dados de mulheres que declararam ter tido filhos nos últimos dois anos antecedentes ao inquérito (28/07/2017), da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019. Como principais desfechos foram usados os indicadores de qualidade de pré-natal: captação precoce (até 13 semanas de idade gestacional), mínimo de 6 consultas, realização de exames para infecções sexualmente transmissíveis (sífilis, hepatite B e HIV/AIDS), realização de exames de urina e sangue, vacinação contra tétano e difteria, exame obstétrico (pressão arterial, peso, altura uterina, ausculta de batimentos cardiofetais e exame das mamas). Como exposição (indicadores da interseccionalidade) foram usadas as variáveis de raça/cor (pretas e pardas; brancas) e renda. Análises descritivas foram inicialmente realizadas. As relações entre cada desfecho e cada exposição foi testada por meio da regressão univariada de Poisson, considerando nível de significância de 5%. Todas as análises consideraram os pesos amostrais da PNS. Os dados usados no estudo são de acesso público e gratuito. Resultados: A maioria das mulheres pretas e pardas têm renda per capita menor que meio salário mínimo. Além disso, a maior parte possui de 25 a 34 anos, ensino médio completo ou superior incompleto, moram na região nordeste e em área urbana. Todos os indicadores sociodemográficos têm relação com a raça/cor das mulheres analisadas. Captação precoce, aferição de pressão arterial e exame das mamas tiveram relação com a raça/cor das mulheres. Em contrapartida, captação precoce, mínimo de consultas preconizado, realização de exame para hepatite B, de sangue e de urina, aferição de pressão arterial e exame das mamas tiveram relação com a renda das mulheres. Conclusão: Conclui-se que existe relação entre qualidade da assistência pré-natal e indicadores da interseccionalidade (raça/cor e renda). Sobretudo, há redução da prevalência de alguns indicadores entre mulheres pretas e pardas e aumento em mulheres com maiores rendas.
Palavras-chave Interseccionalidade, Assistência pré-natal, Saúde das mulheres.
Forma de apresentação..... Vídeo
Link para apresentação Vídeo
Gerado em 0,69 segundos.