Resumo |
Hipertensão arterial pulmonar (HAP) é uma doença multifatorial que afeta a vasculatura pulmonar com vasoconstrição e remodelamento. Consequentemente, HAP provoca hipertrofia do ventrículo direito cardíaco, sendo este um dos fatores de prognóstico desfavorável dos pacientes. Desta forma, buscam-se alternativas terapêuticas, como o treinamento físico, para minimizar sintomas e melhorar qualidade de vida de indivíduos doentes. Pouco se sabe sobre impactos sistêmicos da HAP em órgãos reprodutores masculinos. Assim, o objetivo deste estudo foi investigar os efeitos da HAP e do treinamento físico combinado (TFC) sobre a atividade de enzimas antioxidantes e metabólitos de estresse oxidativo em testículos e epidídimos de ratos Wistar. Esses animais foram divididos em três grupos experimentais (n=5/grupo): hipertenso exercício (EH), hipertenso sedentário (SH) e controle sedentário (SC). A hipertensão foi induzida com uma aplicação intraperitoneal de monocrotalina (MCT; 60 mg kg-1 massa corporal). Animais do grupo SC receberam uma única injeção de solução salina. Ainda, animais do grupo EH realizaram o TFC, utilizando atividade aeróbica em esteira rolante associada ao treinamento resistido, com uso de cargas em escada adaptada para ratos, cinco dias da semana por três semanas. A eutanásia aconteceu no 23º dia após injeção de MCT. Testículos e epidídimos (cabeça e cauda) foram dissecados e analisados quanto à atividade das enzimas antioxidantes superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT), glutationa-s-tranfesrase (GST), além dos metabólitos oriundos do estresse oxidativo malondialdeido (MDA) e óxido nítrico (NO; CEUA nº 02/2021). Os resultados foram submetidos aos testes de normalidade Kolmogorov-Smirnov e t de Student, comparando-se os grupos SCxSH e SHxEH. Diferenças foram consideradas significativas quando p < 0,05. Não houve diferença entre os grupos quanto a atividade das enzimas SOD e CAT testiculares e epididimárias (p > 0,05). O testículo de animais SH apresentou menor atividade da GST que o observado em ratos SC (p < 0,05). A prática do TFC pelos animais com HAP aumentou a atividade de GST testicular em relação aos animais do grupo SH (p < 0,05). Além disso, a atividade de GST na cabeça e cauda epididimária não alterou entre animais dos grupos SCxSH e SHxEH (p > 0,05). Quanto aos subprodutos do estresse oxidativo, animais EH apresentaram aumento de NO testicular e redução de sua concentração na cabeça do epidídimo comparado com ratos SH (p < 0,05). Não foram encontradas diferenças nos valores médios de MDA testicular e epididimário entre animais dos grupos SCxSH e SHxEH (p > 0,05). Pode-se concluir que HAP e TFC alteraram parâmetros oxidativos testiculares e epididimários no período experimental analisado. Sugere-se que estudos futuros avaliem a eficiência de outras modalidades de atividade, bem como período experimental e intensidade de exercício, sobre efeitos da HAP. |