Resumo |
A família Orchidaceae é uma das maiores entre as Angiospermas, sendo a segunda com mais espécies no Brasil, atrás apenas de Fabaceae. Sabe-se que suas espécies são dependentes da associação com fungos micorrízicos do filo Basidiomycota, para que ocorra a germinação de suas sementes. Apesar da grande diversidade de espécies, as orquídeas possuem crescimento e florescimento demorado em condições naturais, o que associado a coleta predatória e destruição de habitat, tem levado muitas espécies ao risco de extinção. Dessa forma, o cultivo in vitro via germinação simbiótica é uma importante ferramenta para propagação de orquídeas. O objetivo deste trabalho foi selecionar isolados de fungos micorrízicos capazes de promoverem a germinação simbiótica de sementes de Cattleya walkeriana. Para isso, quatro isolados pertencentes ao gênero Tulasnella, foram selecionados para o trabalho. Sementes de C. walkeriana, 0,0006g/mL em suspensão, foram imersas em solução de hipoclorito de sódio (2%) por 10 minutos para desinfestação superficial, e levadas para capela de fluxo laminar para retirada do excesso da solução. Em seguida, foram submetidas a cinco lavagens em água destilada esterilizada, transferidas para um becker e o volume foi completado e mantido sob agitação. Alíquotas de 1 mL da suspensão de sementes foram pipetadas em placas de Petri contendo 20 mL de meio ágar-aveia (OMA). Um disco contendo micélio dos fungos micorrízicos crescidos previamente por sete dias em meio BDA, foi inoculado no centro de cada placa contendo as sementes. Como controles negativo e positivo, foram utilizadas placas de Petri contendo OMA e B&G, respectivamente, e 1 mL da suspensão de sementes, porém sem a presença do fungo. Para cada tratamento foram realizadas quatro repetições. As placas foram mantidas em câmara de crescimento a 26 ± 2 °C com fotoperíodo ajustado de 16h/8h. Para o cálculo do Índice de germinação (IG), as sementes foram avaliadas quanto aos estágios de desenvolvimento com 30, 50 e 80 dias sob estereomicroscópio. A partir dos resultados obtidos do IG foi realizada a análise de variância (ANOVA). Observou-se nas análises estatísticas que a diferença entre os tratamentos não foi significativa. É possível que a baixa viabilidade das sementes utilizadas no experimento possa ter influenciado os resultados, visto que, mesmo no controle positivo poucas sementes germinaram. Com isso, estudos futuros devem ser realizados a fim de verificar se os isolados aqui utilizados possuem eficiência na germinação de sementes de C. walkeriana. |