"Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável"

24 a 26 de outubro de 2023

Trabalho 19121

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Sociologia
Setor Departamento de Ciências Sociais
Bolsa Outros
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro Outros
Primeiro autor Marcos Vinicius da Silva Amaral
Orientador TADZIO PETERS COELHO
Outros membros Rhayane Estéfane Alves
Título O Paraíso fiscal da Vale e seus efeitos nos municípios minerados: preços de transferência, CFEM e a Vale S.A.
Resumo Buscamos nesta pesquisa levantar informações acerca da situação no Brasil de fluxos financeiros ilícitos da Vale S.A. A hipótese que trabalhamos é a de que a situação de país dependente e primário-exportador do Brasil reforça o movimento dos fluxos financeiros ilícitos para o exterior. Analisamos os pagamentos de Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) feitos pela Vale S.A. e suas empresas controladas em dezenove municípios no Brasil, projetando a perda de recursos nos municípios em decorrência da utilização do mecanismo conhecido como transferência de preços pela Vale S.A. A saída de capitais associada ao subfaturamento de exportações de minério de ferro, no período 2009-2015 e 2017-2020, totalizaram RS$ 238,7 bilhões. Esse subfaturamento causou um desfalque de CFEM de R$ 3,29 bilhões (US$ 630 milhões) para o país. Apenas a Vale S.A. teria causado a perda total de R$ 1,83 bilhão em CFEM (US$ 352 milhões), sem considerar as empresas controladas e joint-ventures. O estado do Pará perdeu R$ 225 milhões (US$ 43 milhões), em CFEM, e Minas Gerais R$ 142 milhões (US$ 27 milhões), enquanto a União foi desfalcada em R$ 314 milhões (US$ 60 milhões). Dentre os municípios, os cinco mais desfalcados são Parauapebas (R$ 617 milhões), Canaã dos Carajás (R$ 157 milhões), Itabira (R$ 125 milhões), São Gonçalo do Rio Abaixo (R$ 91 milhões) e Mariana (R$ 90 milhões). A perda total de CFEM (CFEM arrecadada por todos os entes públicos) é sempre maior que a perda de CFEM pelo município, pois a CFEM total é distribuída para os demais entes. Relacionando as receitas correntes municipais às perdas em CFEM nota-se a relevância desses recursos. As perdas em CFEM equivalem a 32.7% das receitas de São Gonçalo do Rio Abaixo, em 2020, a 29.8% das receitas de Parauapebas, 24.4% em Mariana e 24.2% em Catas Altas. As taxas demonstram o peso dos recursos não devidamente pagos pela Vale nos caixas das prefeituras, mesmo considerando a pequena taxa de CFEM devida por lei. Concluímos que a transferência de preços e o subfaturamento das exportações geram sérios danos aos municípios onde ocorre a mineração, levando a uma deterioração dos serviços públicos e tornam mais difícil afastar-se da minério-dependência.
Palavras-chave Mineração, Vale, taxação.
Forma de apresentação..... Vídeo
Link para apresentação Vídeo
Gerado em 0,64 segundos.