Resumo |
As abelhas sem ferrão (Trigona spinipes) são insetos sociais que vivem em colônias com um complexo sistema de organização de castas. As abelhas são muito importantes em ecossistemas terrestres, pois, fazem polinização de muitas espécies vegetais nativas e de importância econômica. Dentre os polinizadores, as abelhas nativas sem ferrão, como T. spinipes, são importantes para os ecossistemas, pois, podem ser polinizadoras de culturas em estufa, como tomate e morango. O controle de muitas espécies de insetos considerados pragas é feito através de agroquímicos tradicionais, o que acarreta malefícios ao meio ambiente, incluindo a comunidade de insetos predadores e parasitoides, e insetos polinizadores, como as abelhas. O controle biológico é uma ferramenta importante e necessária no controle de insetos praga. Bactérias aeróbias formadoras de esporos são excelentes candidatas a agentes de controle biológico, principalmente espécies de bactérias do gênero Bacillus, que vêm se destacando devido à capacidade de sintetizar toxinas ou substâncias inseticidas. Dessa forma, os objetivos desse trabalho foram avaliar possíveis efeitos da cepa de Bacillus sp. GB10 na mortalidade de operárias adultas forrageiras de T. spinipes em condições de laboratório. Inicialmente foram realizados os trabalhos com os Bacillus. Para verificar a pureza dos isolados escolhidos (GB 10 e S1450), o estoque das bactérias foram descongeladas, transferidas para o meio ágar nutriente (AN) e mantidas em estufa do tipo BOD a 30 °C por 72 h. A pureza da cultura foi avaliada por meio da morfologia da colônia após 24, 48 e 72 h. Em seguida, uma unidade formadora de colônia (UFC) de cada isolado foi transferida para 40 mL de meio ágar nutriente líquido para Bacillus spp. e mantida a 28 º C por 72 h, sob agitação contínua de 140 rpm. Posteriormente, foram verificadas pureza, crescimento, esporulação e presença de cristais através de microscopia. Foi realizada a quantificação do número de UFC/mL por meio de diluição seriada (10-1 a 10-6) para cada colônia bacteriana, utilizando solução de NaCl 0,85%. Após, 100 µL de cada diluição foi transferida para o meio AN sólido através da técnica de espalhamento e as culturas foram incubadas em estufa BOD a 30°C. A contagem do número de UFC será realizada após 24 e 48 h de crescimento. Após o crescimento foi quantificado o número de Unidades Formadoras de Colônia (UFC) em cada 100 µL e também no tubo estoque. A partir da obtenção do número de UFC foi determinada a concentração do tubo estoque/mL para utilização nos bioensaios com as abelhas. Esse bioensaio será realizado em uma segunda parte do experimento. As abelhas entrarão em contato com as cepas bacterianas por 3 vias: (1) cepas borrifadas diretamente sobre as abelhas, (2) cepas misturadas na alimentação (xarope) e (3) cepas borrifadas no ambiente com o qual a abelha entrará em contato. Espera-se que não haja efeitos na mortalidade das abelhas, já que não são insetos alvos do controle biológico. |