Resumo |
Introdução: Pacientes críticos hospitalizados encontram-se propensos a inúmeras complicações clínicas que prejudicam sua recuperação. Os episódios de hiperglicemia e/ou hipoglicemia apresentam-se cada vez mais frequentes entre esses pacientes, mesmo sem diagnóstico preexistente de diabetes mellitus. Isso implica na necessidade de uma avaliação criteriosa acerca das particularidades que levam ao aparecimento do descontrole glicêmico, a fim de garantir intervenções prévias à essas patologias. Objetivo: Descrever o perfil clínico de pacientes adultos internados em uma unidade de terapia intensiva com o diagnóstico de enfermagem de “risco de glicemia instável”. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo desenvolvido em uma Unidade de Terapia Intensiva Adulto da Zona da Mata Mineira. Foram incluídos indivíduos adultos (≥ 18 anos) com mais de 24 horas de internação. O estudo foi realizado por pesquisadores treinados que obtiveram informações sobre a clínica, hábitos de vida e dados demográficos dos pacientes, além do valor glicêmico diário destes. Os dados coletados foram digitados no banco de dados do Programa Epi info e as informações descritivas foram divulgadas em tabelas de frequência, medidas de tendência central e variabilidade. O projeto obteve parecer do Comitê de Ética em Pesquisa (nº 1.913.394). Resultados: Amostra final para a análise descritiva foi de 28 pacientes. Destes, 57,14% (n=16) tinham 60 anos ou mais, 17,86% (n=5) tinham 40-59 anos, 21,43% (n=6) tinham 20-39 anos e 0,03% (n=1) menos de 20 anos. Ademais, 46,43% (n=13) eram do sexo feminino e 53,57% (n=15) eram do sexo masculino. Em relação a raça: 67,86% (n=19) eram brancos, 17,86 (n=5) eram pretos, 10,71% (n=3) eram pardos, 0,03% (n=1) eram amarelos. Em relação ao SAPS III: 0,03% (n=1) apresentaram 90% ou mais risco de morte: 10,71% (n=3) apresentaram 60-89% chances, 25% (n=7) apresentaram 30-59% de chances e 60,71% (n=17) apresentaram risco menor que 30%. Em relação ao n° de dias de internação: 25% (n=7) ficaram mais de 20 dias internados e 75% (n=21) ficaram menos de 20 dias internados. Em relação a procedência: 46,43% (n=13) pacientes vieram do pronto-socorro, 32,14% (n=9) vieram das unidades de internação e 21,43% (n=6) vieram do bloco cirúrgico. Em relação ao número de patologias: 32,14% (n=9) sem doença, 25% (n=7) 1 doença, 25% (n=7) 2 doenças, 17,86% (n=5) 3 doenças. As patologias que mais apareceram entre os pacientes foram: HAS (38,89%), DM (22,22%) e cardiopatias (14,28%). Por fim, dentre esses pacientes: 42,85% (n=12) desenvolveram hipoglicemia, 32,14% (n=9) apresentaram hiperglicemia, e 25% (n=7) apresentaram as duas patologias. Conclusão: A partir dos resultados verifica-se a relevância em se conhecer o perfil dos pacientes internados para estabelecer associações entre os critérios mencionados com o DE “risco de glicemia instável” a fim melhorar o cuidado e atuação dos profissionais da saúde frente à população em risco. |