"Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável"

24 a 26 de outubro de 2023

Trabalho 19026

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Sociologia
Setor Departamento de Economia Rural
Bolsa CNPq
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Karine Mota Miranda
Orientador ANA LOUISE DE CARVALHO FIUZA
Outros membros Fabiane Aparecida Silva Bortone da Fonseca
Título O pós-reassentamento: como as famílias de Nova Soberbo/MG têm reconstruído seus modos de vida?
Resumo Na contemporaneidade, diversos empreendimentos hidroenergéticos de cunho econômico provocam o reassentamento, conhecido como um fenômeno da modernidade.
Esses empreendimentos causam diversos impactos que alteram as formas de vida das famílias diretamente atingidas, como o deslocamento compulsório seguido do reassentamento. Esta pesquisa buscou analisar, na cotidianidade do espaço concebido, os processos de apropriação do espaço vivido pelos reassentados e a forma como se efetivou a reconstrução social e cultural das famílias, dando continuidade a uma primeira pesquisa realizada no âmbito do Mestrado de Economia Doméstica em 2005 por Fabiane Bortone,
que coorienta este trabalho de pesquisa. É pertinente afirmar que essa pesquisa se justifica pela análise do reassentamento após 18 anos do deslocamento, o que vale o uso do termo “longo prazo”, ou seja, incorporou-se os dados da pesquisa realizada em 2005, na qual se levantou dados relativos ao deslocamento das famílias rurais em consequência da construção da Hidrelétrica de Candonga e a mudança compulsória para o reassentamento
periurbano seguido de um segundo impacto após o rompimento da barragem de rejeitos da mineração em Mariana/MG, em 2015. Para alcançar o objetivo proposto foram realizadas, em Nova Soberbo/MG, observações em campo de caráter exploratório, bem como entrevistas semiestruturadas, utilizando a técnica de amostragem em “Bola de Neve”, a partir da indicação de um informante-chave. Concluiu-se que o processo de
mudança para o reassentamento, o qual se estabeleceu com base em um projeto arquitetônico urbano, impactou no seu capital social. Logo, a reconstrução dos capitais
social e cultural aconteceu e acontece de maneira singular para cada família. A coesão social dos reassentados se deteriorou face aos descontentamentos daqueles que ainda
esperavam, em 2023, na segunda indenização, uma maneira de reaver as perdas causadas pela construção da usina de Candonga. Ademais, as duas formas de reparação aos
“atingidos” implementadas diferenciou os atingidos estabelecendo indenizações diversificadas e gerando um sentimento de injustiça. Ainda assim, as práticas sociais,
individuais e coletivas, demonstraram o esforço dos reassentados de reconstruir a própria vida. Por meio de adaptações feitas na casa, bem como pelo uso de alguns objetos e tecnologias que remetem à formas modernas, mas, também, tradicionais de viver e, ainda, por meio do trabalho, as famílias revelam tentativas de se apropriar do novo "lugar". Observa-se que a insatisfação entre os atingidos gera um efeito corrosivo sobre o capital social do grupo. A própria relação das famílias com o
novo lugar de moradia e vida vem se estabelecendo de forma diferenciada: entre os descontentes com o processo de reassentamento, a nova casa revela a intenção de reconstrução do antigo modo de vida, da Velha Soberbo; já na casa dos
que se sentiram contemplados com as indenizações recebidas, observou-se uma lógica mais urbana de morar.
Palavras-chave Reassentamento, Apropriação, Cotidiano
Forma de apresentação..... Painel
Link para apresentação Painel
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