Resumo |
A pandemia da COVID-19 modificou as relações sociais, dentre entre elas a relação com a educação no ambiente escolar. As adaptações realizadas nestes espaços ocorreram em vários âmbitos, seja pelo contato entre alunos e professores, seja na recomposição do espaço da sala de aula, na construção dos processos de ensino e da aprendizagem. As escolas foram desafiadas a construir a prática pedagógica a distância. Essa experiência motivou à escrita deste relato de experiência, que versa sobre a inclusão dos alunos da educação especial durante o período remoto, de abril a julho de 2021, no estágio em uma escola pública. Tem como objetivo analisar a experiência construída no estágio supervisionado em Educação Especial, da Licenciatura em Pedagogia, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), no período remoto. Visa, ainda, discutir as práticas formativas construídas neste período. Para a composição desse relato, foram feitas revisão bibliográfica, pesquisa documental e análise de relatos composto no período de estágio. Tais relatos foram produzidos a partir da experiência de colaboração com a professora regente e a professora de apoio, durante o acompanhamento de dois alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE), da escola no 2° ano, do ensino fundamental I. O estágio no período remoto apresentou-se como uma experiência única de aprendizado. Ao acompanhar esse processo foi demonstrado como as crianças necessitam do ambiente escolar, sendo a relação professor-aluno fundamental para o seu desenvolvimento. As dificuldades da escola durante o período remoto foram diversas, pois todos aqueles envolvidos neste processo estavam realizando suas funções da melhor maneira dentro da realidade apresentada. Os responsáveis pelos alunos, dentro das suas limitações e grande quantidade de obrigações diárias, tentavam fazer essa mediação entre a escola e os alunos. O estágio voltado para a Educação Especial apresentou-se como um desafio duplo, as propostas pedagógicas estudadas e preparadas não obtinham o retorno esperado. Pensar em formas de colaborar com a construção do conhecimento de alunos com condições especiais, sem ter o contato presencial, sem conhecer a criança, permeado pela falta de feedback do trabalho realizado, foi desafiante. Nas aulas presenciais é possível acompanhar cotidianamente o aluno, entender sua condição, perceber os avanços e necessidades. Pela convivência cotidiana com os alunos com NEE é possível acompanhar o seu desenvolvimento e propor atividades dentro de suas possibilidades. A partir da vivência no estágio, foi possível compreender que o estágio durante o período remoto construiu uma nova forma de compreender a inclusão, além da oportunidade de estabelecer uma relação diferente com o professor, visto que essa situação alterou o trabalho pedagógico. Para o licenciando em formação, novas relações com o conhecimento foram construídas nesta experiência singular e a inclusão durante o período remoto se mostrou um desafio duplo. |