Resumo |
Os protocolos de conservação das formas larvais infectantes de parasitas são essenciais para a realização de testes clínicos destinados à avaliação de fármacos antiparasitários e, ainda assim, são escassos em pesquisas veterinárias. A criopreservação pode proporcionar a conservação da patogenia e características bioquímicas de larvas e oocistos designados para os testes necessários. Obejetiva-se neste trabalho o desenvolvimento de protocolos de criopreservação de ovos e larvas infectantes (L3) de Oesophagostomum spp. encontrados e isolados de criações de subsistência da região de Viçosa-MG. Para a realização do estudo, amostras de fezes foram levadas ao Laboratório de Parasitologia do Departamento de Veterinária da UFV para realização de exames coprológicos com o objetivo de diagnosticar o parasitismo. Confirmada a infecção, realizou-se a recuperação das larvas contidas nas amostras, através da coprocultura, para desenvolvimento larval, seguida do método de Baermann-Moraes. Após o isolamento, as larvas foram limpas, utilizando solução salina tamponada com fosfato (PBS) e removeu-se as cutículas de L3, utilizando hipoclorito de sódio 0,16%. Para os testes de criopreservação, os crioprotetores escolhidos foram DMSO a 1% e 20% de gema de ovo. As soluções contendo larvas e oocistos foram adicionadas separadamente em criotubos contendo os criopreservantes, sendo imediatamente submetidos a vapor de nitrogênio líquido por 20 minutos e, em seguida, mantidos dentro do botijão de nitrogênio por 48h. Após descongelamento, foi feita a avaliação da viabilidade das larvas e dos oocistos considerando a morfologia, contagem e motilidade dos parasitos em 50 μL. Ao fazer a comparação das taxas de viabilidade das larvas, obteve-se que antes da criopreservação, a viabilidade média era de 57,08% e, após o descongelamento, a média de larvas viáveis foi reduzida em 6%, caindo para 51,02%. Conclui-se que a criopreservação utilizando DMSO e gema de ovo como crioprotetores é um método eficaz para larvas infectantes de Oesophagostomum spp. parasitos de suínos. Os resultados obtidos serão utilizados em pesquisas, para unir a produção de conhecimento, treinamento de mão de obra, realização de ensaios in vitro/in vivo e verificação da resistência e eficácia de novos alvos terapêuticos. |