"Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável"

24 a 26 de outubro de 2023

Trabalho 18817

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Letras
Setor Departamento de Letras
Bolsa Não se Aplica
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro Outros
Primeiro autor Isabela Santos Oliveira
Orientador JUNIOR VILARINO PEREIRA
Título Aproximações intersemióticas entre a poesia de Charles Baudelaire e as heliogravuras de León Ferrari: considerações iniciais.
Resumo A presente pesquisa origina-se na tentativa de análise intersemiótica de textos do poeta francês Charles Baudelaire e obras do artista plástico argentino León Ferrari, enfocando a representação da experiência humana e artística na cidade moderna. Em ambas as produções, nota-se que elas lidam com modalidades de experiências que impedem, no plano humano, a existência de uma comunicação plena entre os sujeitos, e, no plano artístico, que a obra de arte continue propiciando ao sujeito que dela frui uma experiência contemplativa e transcendente. Hipóteses iniciais permitem considerar que os textos de temática urbana de Baudelaire, que tratam questões relativas a novas conformações da experiência no contexto da modernidade técnica e urbanística do Segundo Império, se mostram relevantes para abordar as heliogravuras de Ferrari, que representam a vivência na megalópole São Paulo. Nesse sentido, discussões estruturais sobre o tecido urbano contemporâneo, tratadas por León Ferrari, remeteriam àquelas levantadas, de modo inédito, por Charles Baudelaire em sua obra ambientada na Paris oitocentista. A hipótese está calcada na consideração da relevância das premissas baudelairianas para a abordagem de estéticas urbanas, posteriores à sua poesia, modernas ou contemporâneas. Assim, se a lírica baudelairiana reflete um processo inédito de significação da obra de arte - que, no momento pioneiro da poesia urbana, vislumbrava, com a ótica do "flâneur", um potencial de singularização da experiência humana pela via do poético -, a obra ferrariana, por sua vez, se insere nessa tradição moderna. Dadas as similitudes entrevistas nas criações de Charles Baudelaire e León Ferrari, nosso propósito é, pois, aproximar as duas obras no que tange às possibilidades do fazer literário e pictórico no contexto do surgimento, desenvolvimento e transformação das cidades de Paris e São Paulo. Desse modo, comporão o corpus de nosso estudo o poema "Les Foules", do livro "Petits Poèmes en Prose" (1869), e as heliogravuras "Cruzamiento" (1982) e "Destino" (1982). Mergulharemos, portanto, na estética de Baudelaire e Ferrari, analisando suas técnicas, temas e estruturas, no sentido de propor um diálogo imanente entre as imagens do artista plástico e a literatura do poeta, evidenciando a relação das obras com a estética urbana, a crítica social e a imagética da multidão. Para tanto, teremos como aparato teórico e metodológico a tipologia de índices desenvolvida por Liliane Louvel em sua proposta de "descrição pictural" (LOUVEL, 1997); no âmbito da vivência urbana, apoiaremos nossa análise a partir de Henri Lefebvre, em sua obra "Direito à cidade" (1968). Nesta fase inicial da pesquisa, as primeiras análises detiveram-se na detecção dos "índices picturais" do poema "Les Foules", cuja estrutura se revelou eivada de notações arquitetônicas em situações de isolamento do citadino urbano, o que aponta para a futura relação a ser estabelecida com as heliogravuras de León Ferrari.
Palavras-chave CHARLES BAUDELAIRE, LEÓN FERRARI, LITERATURA E ARTES VISUAIS
Forma de apresentação..... Vídeo
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