Resumo |
Há tempos, diversas produções jurídico-científicas têm apontado evidências do que se convencionou chamar de crise do ensino jurídico. É em meio a esse contexto que se deu a chegada da pandemia de Covid-19 e, com ela, a necessária implantação do ensino remoto por inúmeras Instituições de Ensino. A partir de então, são supostos a modificação do foco das discussões e o aprofundamento das análises a respeito das práticas pedagógicas e metodologias de ensino empregadas durante o referido período. É aqui que se insere a presente pesquisa, buscando apurar a hipótese acima em torno da mudança de tom nas discussões sobre o ensino jurídico e sua crise, sobretudo sobre o papel das práticas e metodologias adotadas. Para tanto, a investigação desenvolveu-se sob uma abordagem qualitativa e de natureza exploratória. Em um primeiro momento, por meio de uma pesquisa bibliográfica, focada na interpretação das produções científicas situadas no campo do ensino do Direito, empregou-se a técnica da análise de conteúdo. Em seguida, realizou-se, sob autorização do Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos da UFV, uma pesquisa empírica sobre a percepção dos professores de Direito acerca do objeto de pesquisa, recrutados estes dentro do corte amostral dos cursos de Graduação em Direito das IES da Mesorregião da Zona da Mata Mineira, tendo sido aplicadas as técnicas de questionários e entrevistas conduzidos com os mencionados sujeitos. Nesta apresentação, serão explicitados todos os métodos utilizados ao longo das fases bibliográfica e empírica, bem como comunicados os resultados alcançados com a pesquisa, perfilhando as bases conceituais da crise do ensino jurídico, o escasso aprofundamento dos estudos sobre a referida crise durante a pandemia de Covid-19 e a ausência, por parte dos professores participantes, de perspectivas para a sua superação, muito em função de seu permanente despreparo para a compreensão, a níveis metodológicos e/ou epistemológicos, acerca dos modelos para o ensino do Direito nos tempos atuais. |