Resumo |
O gás ozônio (O3) tem sido investigado como uma tecnologia promissora para a inativação microbiológica e preservação da qualidade de produtos agrícolas. Este estudo teve como objetivo determinar o pontencial do gás ozônio na descontaminação fúngica e na preservaçãos da qualidade de bulbos de cebola. Foram utilizados 3 kg de bulbos de cebola que foram acondicionados em uma câmara de acrílico nas dimensões (0,69 x 0,5 x 0,5 m) dotada de um sistema de ventilação com velocidade do ar igual a 1,9 m s-1. O gás ozônio foi aplicado na concentração de 5 mg L-1 e vazão volumétrica de 2 L min-1. Os bulbos de cebola foram expostos ao gás ozônio nos períodos de tempo igual a 10, 30 e 60 min. O tratamento controle foi feito com aplicação de oxigênio (O2). Após exposição ao gás ozônio, as cebolas foram armazenadas por 33 dias em câmara na temperatura de 25 ± 2 °C e em câmara refrigerada na temperatura de 6,5 ± 2 °C. Nos bulbos de cebola armazenados em câmara fria foi aplicada uma concentração de ozônio de 5 mg L-1 por 30 min, durante os 33 dias de armazenamento. Para determinar o potencial do ozônio na inativação fúngica, foi feito o plaqueamento direto de pedaços das escamas externas dos bulbos de cebola em meio de cultura do tipo BDA (Batata Dextrose Agar). Após o plaqueamento, foi feita a incubação das placas (42 horas a 25 ºC). Para avaliar a qualidade dos bulbos durante o armazenamento foi determinado a perda de massa, cor, índice de germinação e o conteúdo de ácido pirúvico. A determinação do percentual de perda de massa consistiu em aferir a diferença entre a massa inicial de cada amostra imediatamente após exposição ao gás ozônio e nos dias 5, 11, 18, 25 e 33 durante o armazenamento. A avaliação da cor dos bulbos de cebola foi feita através da leitura direta de reflectância das coordenadas L* (intensidade de branco a preto), a* (intensidade de vermelho a verde), e b* (intensidade de amarelo a azul) utilizando um colorímetro. A determinação do índice de germinação foi feita a partir do corte dos bulbos de cebolas e medida do comprimento do bulbo e do comprimento do broto. O conteúdo de ácido pirúvico foi analisado pelo teste do corante 2,4-dinitrofenilhidrazina (DNPH). A aplicação do ozônio por 30 minutos durante os 33 dias de armazenamento refrigerado na concentração de 5 mg L-1 foi suficiente para a desinfecção fúngica dos bulbos de cebola. A perda de massa foi diretamente proporcional ao período de armazenamento e variou em função dos tratamentos com gás ozônio. A cor e o conteúdo de ácido pirúvico das cebolas não sofreram alterações significativas (P<0,05). O índice de germinação das cebolas variou em função dos tratamentos com gás ozônio. Nos bulbos de cebola expostos ao gás ozônio foi possível observar uma maior quebra de dormência. É possível concluir que a aplicação de gás ozônio para a conservação pós-colheita de cebola é uma tecnologia promissora para inativação fúngica e preservação da qualidade. |