"Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável"

24 a 26 de outubro de 2023

Trabalho 18646

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Direito
Setor Departamento de Direito
Bolsa FAPEMIG
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro FAPEMIG
Primeiro autor Giovanna Aguiar Silva
Orientador FERNANDO LAERCIO ALVES DA SILVA
Título Com sentimento: desvelando o impacto do patriarcado e do patrimonialismo na identificação da vontade-consentimento da vítima mulher enquanto elemento de caracterização/descaracterização dos crimes sexuais na jurisprudência do Tribunal de Justiça de Minas Gerais
Resumo A liberdade sexual é direito fundamental constitucionalmente assegurado. Nessa lógica, todos deveriam possuir o direito ao livre consentimento nas relações sexuais. Para os crimes sexuais, a liberdade decisória da vítima mostra-se como eixo central da discussão, devendo existir autorização prévia de todos os envolvidos para a prática de atos de natureza sexual. E isso não se limita aos atos sexuais stricto sensu (conjunção carnal, o sexo anal e/ou oral, como a leitura mais apressada pode dar a entender). Mais que isso, abarca a ideia de liberdade decisória sobre com quem e sobre como praticar ou não um ato que tenha natureza afetivo-sexual. Logo, quando a prática desses atos se dá por meio de violência, grave ameaça ou fraude, é perfeitamente possível enquadrá-lo às hipóteses de incidência previstas no Código Penal. Há, porém, situações em que a vítima, especialmente aquela do sexo feminino não consente, ao menos não de forma plenamente livre na prática dos atos, mas a ausência dessa liberdade decisória concretamente identificada não se amolda aos padrões fechados de violência, grave ameaça ou fraude, carecendo de um olhar mais atento. Nesse sentido, o presente trabalho buscou identificar os marcos teóricos das decisões do Tribunal de Justiça de Minas Gerais para a aferição do consentimento da mulher como elemento de caracterização/descaracterização de crimes sexuais, com ênfase no crime de violação sexual mediante fraude. Para isso, realizou-se coleta de dados jurisprudenciais do sítio eletrônico do TJMG, tomando-se por critérios de filtragem a palavra-chave “violação sexual mediante fraude” e o intervalo temporal de janeiro de 2010 a dezembro de 2020, foram selecionadas as decisões judiciais. Foram encontrados 14 espelhos de acórdãos com os critérios utilizados, descartando-se, no entanto, aqueles que não versavam sobre o julgamento do mérito, os que apresentavam vítimas menores e os que abordavam o crime de violação sexual mediante fraude em contexto de atuação profissional. Após esse descarte, os acórdãos restantes foram analisados conforme questões qualitativas. Paralelamente, procedeu-se o levantamento de artigos científicos sobre a temática coletados junto às bases de dados da B.On, Scielo e CAPES, a fim de comparar os avanços científicos sobre o tema com a práxis no TJMG. Pela análise, conclui-se, ao menos por hora, que as decisões judiciais não refletem as perspectivas da criminologia feminista, descortinando um judiciário ainda vinculado a uma perspectiva patriarcal e patrimonialista dos crimes sexuais; que não há o estabelecimento claro dos elementos de caracterização/descaracterização do consentimento da vítima.
Palavras-chave Consentimento, “Violação sexual mediante fraude”, “Liberdade sexual”.
Forma de apresentação..... Painel
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