Resumo |
Spodoptera frugiperda, também conhecida como lagarta-do-cartucho ou lagarta-das-espigas, é uma praga que acomete diversas culturas agrícolas, inclusive a soja. Como forma de controle, os inseticidas são amplamente empregados, principalmente os de ação química. Porém, por conta dos prejuízos causados à natureza, vem sendo de grande interesse a busca por métodos de menor impacto ambiental, como o silenciamento gênico mediado por RNA de interferência. O objetivo deste trabalho é produzir uma formulação de dsRNA capaz de controlar a lagarta-do-cartucho. Atualmente existem duas metodologias para a produção do dsRNA, in vitro e in vivo. Nesse trabalho, utilizamos a metodologia de extração de dsRNA de menor custo e alta produção, a partir da bactéria Escherichia coli HT115. Essa bactéria contendo um vetor recombinante foi desenvolvida pelo grupo de pesquisa, e é capaz de expressar um dsRNA que tem como alvo um gene essencial da lagarta. Foi feita a extração do dsRNA produzido na E. coli e posteriormente, 100mL de formulação contendo 40 µg de dsRNA. A formulação garante que as moléculas de dsRNA sejam nanoencapsuladas a fim de melhorar sua estabilidade e evitar degradação no ambiente. Para realização dos testes biológicos, uma criação de lagartas foi mantida. Elas foram colocadas em recipientes com cerca de 6 a 10 insetos em cada, tratadas com dieta rica em nutrientes e mantidas em uma incubadora BOD a 24°C, desde a eclosão dos ovos até o estágio de pupa. Depois foram trocadas para um recipiente que melhor acomodasse as mariposas, até que elas colocassem novos ovos. Foi feito ensaio biológico introduzindo o princípio ativo ou controle na dieta de lagartas, em diferentes fases de desenvolvimento. Elas foram divididas em 3 grupos, o primeiro contendo formulação com dsRNA, o segundo formulação sem dsRNA (a fim de avaliar se a nanocápsula apresenta mortalidade contra o inseto) e o terceiro, água milliQ. O dsRNA foi introduzido na dieta da lagarta durante 7 dias e elas foram mantidas em temperatura ambiente. A taxa de mortalidade foi avaliada diariamente e foram pesadas no primeiro e último dia de experimento, para analisar, além da mortalidade, se houve complicações no desenvolvimento do inseto durante esse período. Os resultados apresentam uma considerável taxa de mortalidade do dsRNA comparada aos controles, porém, mais testes serão realizados. Neste trabalho conseguimos produzir uma formulação que protege o dsRNA da degradação ambiental e que mostra-se promissora para o controle da Spodoptera frugiperda. |