"Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável"

24 a 26 de outubro de 2023

Trabalho 18564

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Serviço social
Setor Departamento de Serviço Social
Bolsa CAPES
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Elizâni Lima de Souza
Orientador MARCIA BARROSO FONTES
Título Os dilemas compulsórios do sistema prisional brasileiro e seus impactos na saúde da mulher em cárcere
Resumo O sistema prisional surgiu com o objetivo de ressocialização atrelado a ideia de que o indivíduo ao ser encarcerado não estaria colocando em risco a própria sociedade e a ordem social. No Brasil a população carcerária feminina vem crescendo de forma exponencial ao longo dos anos, evidenciando a necessidade de pesquisas que permita desvelar a conjuntura a qual é inserida a mulher no sistema prisional (SOUZA, 2022). Dados da Secretaria Nacional de Políticas Penais mostram que no ano de 2022 havia 22.547 mulheres inseridas no sistema carcerário, sendo o país com mais mulheres encarceradas no mundo (NIELSSON et al, 2017). Assim, estudar o encarceramento feminino no Brasil, impõe a mobilização de um arcabouço analítico sendo um deles referente a seletividade penal (RIBEIRO et al, 2022), já que desde seu surgimento, os presídios foram criados para o público masculino, constituindo-se de um espaço que não atende as particularidades femininas. Mulheres menstruam, engravidam, têm filhos e são encarceradas em um sistema prisional com problemas de infraestrutura (JARDIM, 2020), o que por vezes, acarretam sobre as mesmas problemas de saúde e seus respectivos agravos. Assim, o objetivo deste trabalho foi refletir os rebatimentos do sistema prisional e seus respectivos impactos na saúde da mulher em cárcere. O estudo caracterizou-se como uma pesquisa analítica e descritiva e teve como método a revisão bibliográfica acerca do referencial teórico sobre o tema. Percebeu-se que no Brasil, o sistema prisional feminino possui discursos moralizantes e religiosos, voltados ao patriarcado e ao papel da mulher na sociedade (MARTINS, 2018), ou seja, a lógica de que a mulher deveria se dedicar ao lar, a família e aos filhos. Posto isso, ao ser encarcerada a mulher é duplamente discriminada, primeiro por ser mulher e segundo por ser presa (ZANINELLI, 2015). Varella (2017) mostra que as condições a qual são inseridas a mulher no cárcere culminam em depressão, infecções, afecções ginecológicas, hipertensão e agravamentos de quadros de saúde (SOUZA, 2022). O elevado número de doentes à espera de atendimentos de saúde no sistema prisional potencializa os agravos na saúde, diante da impossibilidade da dedicação dos profissionais aos pacientes e do consequente entrave no atendimento aos mesmos (VARELLA, 2017). Assim, conclui-se que o sistema prisional acompanha as tendências neoliberais e reprodutoras de subordinação, exprimidas por uma relação patriarcal e histórica. Essa realidade demonstra a importância de estudos e reflexões mais aprofundadas acerca da mulher em situação de cárcere, frisando a implementação de políticas públicas que atendam e considerem suas especificidades.
Palavras-chave Sistema Prisional, Encarceramento Feminino, Saúde
Forma de apresentação..... Painel
Link para apresentação Painel
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