Resumo |
Atualmente, há um grande interesse por produtos com caráter biodegradáveis e processos que causem menor impacto ambiental. Dessa forma o desenvolvimento de biofilmes tem chamado atenção por serem degradados por micro-organismos. Na agricultura, uma das aplicações para estes biofilmes, seria como cobertura de solos em manejo de pragas. A traça do tomateiro (Tuta absoluta) é a principal praga da cultura do tomate, responsável por causar vários danos nas plantações. Devido ao ataque dessa praga, os produtores acabam optando pelo uso de inseticidas por meio de pulverizações, o que gera grandes problemas a saúde e ao meio ambiente. Para reduzir estes problemas, e diminuir os danos causados pela traça, uma das alternativas é o uso de aleloquímicos, que são compostos de uma determinada espécie, capazes de exercer uma certa influência sobre indivíduos de outras espécies. Essas substâncias são produzidas pelas plantas e quando identificadas podem ser usadas nas plantações no controle de pragas. A 3-tridecanona (3-TD) e o β-cariofileno (β-CAR), são aleloquímicos que apresentam ótima capacidade para o controle da praga do tomateiro, porém apresentam um alto grau de volatilidade. Uma alternativa interessante é incorporar estes aleloquímicos a um biofilme, para retenção destas substâncias por mais tempo quando aplicadas ao campo. Testes anteriores que fizemos com biofilmes como cobertura de solo, mostraram que a incorporação dos aleloquímicos em um biofilme de acetato de celulose e laponita foram efetivos no combate a traça do tomateiro. O objetivo deste trabalho foi testar a biodegradação de biofilmes de acetato de celulose, incorporados com laponita e os aleloquímicos 3-tridecanona e β-cariofileno, para aplicação no controle da praga do tomateiro (Tuta Absoluta). Os testes de biodegradação foram realizados em duplicatas. Os biofilmes foram sintetizados pelo método “casting” e cortados em pedaços de 3 cm x 3 cm, secos em estufa a 40 °C durante 48 horas Após esse período, os biofilmes foram retirados da estufa, pesados para saber sua massa inicial e colocados em um solo com substrato profissional em placas de 11 cm x 11 cm x 4 cm, a temperatura ambiente e com adição periódica de água. Em intervalos de 7 dias as amostras foram desenterradas, limpas com pincel e secas em estufa a 40 °C por 48 horas. A biodegradação e desintegração das amostras foram acompanhadas medindo-se a perda de peso e alterações na aparência dos biofilmes. Os resultados parciais mostraram que após dois meses, observou-se uma perda de aproximadamente 1% na massa dos biofilmes a cada pesagem. Com isso até o momento podemos concluir que a degradação está ocorrendo, porém será necessário monitorar a biodegradabilidade do material por mais tempo para se obter o resultado esperado. |