Resumo |
No Brasil é um grande produtor de banana direcionada ao mercado nacional e internacional. Contudo, concomitante com a produção observa-se que para cada 100 kg de produto direcionado ao comércio tem-se a produção de aproximadamente 3,5 toneladas de resíduo lignocelulósico. Neste contexto , uma alternativa é a liquefação (conceito de biorrefinaria,) é uma excelente aposta para obtenção de bioproduto (biopoliol) com potencial comercial e com apelo ambiental. Portanto, o biopoliol foi produzido a partir da liquefação do pseudocaule e da folha de bananeira (Musa sp). Os biopolióis produzidos foram caracterizados por Espectroscopia no Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR), viscosidade cinemática, densidade, número de hidroxilas, análise de via imediata: sólidos totais; sólidos voláteis; sólidos fixos: cinzas e análise de via química: celulose e holocelulose. No processo de liquefação foram utilizados dois cenários, previamente otimizados, sendo o primeiro na proporção de 5:1 e o segundo na proporção de 3,5:1 (solvente:biomassa), a fim de comparar as propriedades dos biopoliois do pseudocaule e da folha de bananeira. No que diz respeito ao rendimento, os polióis do pseudocaule de bananeira obteve o melhor rendimento quando comparado com os polióis da folha, sendo 64,70% (5:1) e 61,39% (3,5:1) referente ao pseudocaule e 40,15% (5:1) e 37,70% (3,5:1) da folha. A mesma resposta repete-se quando analisamos os rendimentos dos poliois da holocelulose na condição 5:1, sendo a melhor com 58,26% e a pior 29,25%. Os resultados alcançados da análise de densidade para o glicerol bruto foi de 1,3417 g/mL, para os polióis do pseudocaule de bananeira foram de 1,3902 g/mL e 1,5495 g/mL, na primeira e segunda condição, respectivamente. Já os polióis da folha de bananeira foram de 1,5856 g/mL e 1,5209 g/mL, na mesma ordem de comparação. Para os polióis da holocelulose do pseudocaule e da folha foram de 1,4181 g/mL e 1,3109 g/mL, todos na mesma condição, respectivamente. Foi observado que houve um aumento da densidade, ou seja, uma incorporação da massa em ambos os poliois, exceto a holocelulose da folha de bananeira. Sobre a análise de FTIR, foram determinadas algumas estruturas e/ou grupos como a presença de hidroxilas (associados), C-H alifático, C-O de álcoois, fenóis, éteres e ácidos carboxílicos. Os resultados obtidos da análise de via química foram satisfatórios, pois ambos os materiais (pseudocaule e folha) alcançaram 11,16 % e 9,8 6% de extração de lignina, nesta ordem. Com os resultados experimentais foi realizada a comparação das propriedades das frações que compõem a biomassa (holocelulose e lignina) no rendimento das liquefações entre os poliois da folha e do pseudocaule. Ao final, foi possível obter um comparativo entre os poliois do pseudocaule e da folha, de modo a concluir sobre a viabilidade da produção via uso do material in natura. |